Novo trepador da Soudal promete seguir as pisadas de Mikel Landa, e não de Remco Evenepoel: "Não o vejo como um ídolo porque temos apenas um ano de diferença"

Nos últimos anos, a Soudal - Quick-Step tem-se tornado cada vez mais uma equipa centrada nos trepadores, depois da ascensão de João Almeida e, sobretudo, de Remco Evenepoel. No ano passado, a equipa fez grandes investimentos para contratar Mikel Landa e, este inverno, Valentin Paret-Peintre foi a transferência mais importante. No entanto, o francês terá como prioridade o apoio a Mikel Landa em vez do líder absoluto da equipa, o belga Remco Evenepoel.

"O ciclismo funciona por fases e, embora 2024 tenha sido uma época muito boa para o Decathlon, nada garante que 2025 seja tão boa, embora eu deseje isso", disse Paret-Peintre numa entrevista ao L'Équipe. "O que mais me fez duvidar foi o ambiente da Decathlon, com o conforto que oferece, com pessoas que conheço há muito tempo. Afinal, deixei para trás uma segunda família" conta o ciclista francês de 23 anos que deixou literalmente um membro da sua família para trás, o seu irmão Aurélien Paret-Peintre.

O francês teve uma época de sucesso, sendo um dos principais apoiantes de Ben O'Connor no UAE Tour, na Volta a Itália e na Volta a Espanha. Sem dúvida um dos melhores domestiques de todo o pelotão, o trepador puro também aproveitou a sua oportunidade quando lhe foi dado espaço, tendo ganho uma etapa no Giro, batendo o compatriota Romain Bardet em Bocca della Selva.

Mas tal como o seu compatriota Lenny Martínez, Paret-Peintre também queria sair de França e da sua zona de conforto. "Apeteceu-me aventurar-me no estrangeiro e a Bélgica foi uma escolha fácil, uma vez que muitas pessoas falam francês. Nota-se de facto uma cultura diferente. Em França, estamos um pouco dentro de uma bolha; é difícil para um estrangeiro entrar numa equipa francesa e para um francês ir para uma equipa estrangeira."

Agora, encontra-se na Quick-Step, onde desempenhará o mesmo papel que na Decathlon. O fator decisivo para a sua contratação? Surpreendentemente, não foi a presença do duplo medalha de ouro olímpico, atual campeão do mundo de contrarrelógio e pódio da Volta a França, Remco Evenepoel, que precisa de mais apoio nas montanhas. Evenepoel vai correr a Volta a França no final do verão, mas a equipa belga decidiu dividir os seus líderes, uma vez que Tim Merlier também terá liberdade na Grand Boucle.

Em vez disso, Paret-Peintre vai correr num calendário muito semelhante ao de um dos seus ídolos, Mikel Landa. "Vou ajudar o Mikel a conseguir a melhor classificação geral possível e a ter algumas oportunidades no início da época nas clássicas de Drôme-Ardèche. Claro que há o Remco, mas alguém como o Mikel na equipa convenceu-me. Vou aprender muito com o Mikel, o que foi um fator na minha decisão."

Ele explica que conhece o belga há muitos anos e que, em grande parte, viu muito mais o trepador basco na televisão, o que fez a diferença. "Remco é um exemplo, um grande campeão, mas não o vejo como um ídolo porque temos apenas um ano de diferença. Conheço-o há muito tempo. Ele ganhou tudo nos juniores e terminou 10 minutos à nossa frente em todas as corridas."

Assim, Paret-Peintre vai correr o Tirreno-Adriatico, a Volta à Catalunha e a Volta a Itália com Landa. "Primeiro no Giro ao lado de Mikel, mas para o Tour será bom faze-lo com Remco. Se me apetece correr o Giro e depois o Tour? Nem por isso. É preciso estar 110% preparado para correr bem o Tour e desfrutar dele. O projeto com o Mikel é perfeito para mim".

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