"Nunca saberei o que posso alcançar se não tentar" – Primoz Roglic chegou em cima da hora ao Ruanda para disputar o Campeonato do Mundo de 2025

Primoz Roglic finalmente juntou-se à seleção eslovena em Kigali, voando diretamente de um estágio de altitude na Serra Nevada e aterrando apenas 48 horas antes da corrida de estrada do Campeonato do Mundo no domingo. Enquanto o resto da equipa - incluindo Tadej Pogacar, Matej Mohoric e Luka Mezgec - têm estado a acostumar-se no Ruanda durante a semana passada, Roglic optou por confiar na sua preparação testada e comprovada.

A decisão suscita questões. As condições únicas em Kigali (altitude, calor e subida constante) têm dominado a discussão pré-corrida, com muitas equipas a chegar cedo para dar aos seus ciclistas a máxima oportunidade de se adaptarem. No entanto, Roglic depositou a sua confiança na rotina. “Provavelmente não vou participar em mais dez Campeonatos do Mundo, por isso nunca saberei o que posso alcançar se não tentar,” disse em uma entrevista ao Delo à chegada.

O que acrescenta intriga é que Roglic tem consciência do seu papel. “Tadej estará lá, e Remco Evenepoel também está num brilhante momento de forma. Além desses dois, há mais dez ciclistas capazes de vencer no domingo," admitiu. Pogacar, após mais uma temporada dominante e considerado o favorito claro para o ouro, mantém-se o líder incontestável da Eslovénia. No entanto, a presença de Roglic como uma opção protegida não pode ser ignorada, especialmente se os rivais concentrarem a sua atenção em vigiar Pogacar.

Esta nuance tática é um terreno familiar para a Eslovénia, um país abençoado com mais talento de topo do que a maioria neste Campeonato do Mundo. No último ano em Zurique, conquistaram a sua primeira Camisola Arco-Íris com Pogacar, com Roglic a desempenhar um papel de apoio na formação. Desta vez, com nove ciclistas na linha de partida, eles têm tanto a quantidade como a qualidade para controlar a corrida, mas equilibrar a liberdade com o sacrifício coletivo voltará a ser o desafio.

Roglic, agora com 35 anos, sabe que a brutalidade do percurso pode funcionar a seu favor. “Precisamos lembrar que a verdadeira corrida só começa após cinco horas. Sobreviver neste percurso será um enorme desafio, e as condições só o tornarão mais difícil. Estou à espera de uma corrida épica,” disse.

Se a sua chegada atrasada o deixa um passo atrás dos adversários, ainda está para ser visto. Mas para um ciclista com o seu historial (vitórias em Grandes Voltas, Monumentos e um talento para acertar a forma física) não seria surpresa se Roglic mais uma vez desafiasse as probabilidades.