O chefe da FDJ considera que o ciclismo está a seguir os passos do futebol: "O que está a acontecer com o Maxim Van Gils não é um bom presságio para o futuro"

Ciclismo
terça-feira, 26 novembro 2024 a 4:00
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Maxim Van Gils esteve nas bocas do mundo a semana passada quando informou a sua equipa, a Lotto Dstny, que desejava pôr terminus ao seu contracto, que durava até 2026, de forma imediata. O diretor da Groupama - FDJ, Marc Madiot, que também perdeu um dos seus grandes talentos (Lenny Martinez vai para a Bahrain - Victorious) nesta janela de transferências, compreende a insatisfação da Lotto Dstny com o sucedido e considera que esta política de transferências (de ciclistas que não cumprem os seus contratos) não é boa para o ciclismo.
"O que está a acontecer com o Maxim Van Gils não é um bom presságio para o futuro", explicou numa entrevista à RTBF. "A chegada de grandes estruturas financeiras não é positiva para as nossas relações com aquilo a que eu chamaria de patrocinadores tradicionais do ciclismo". A preocupação do dirigente francês reside na chegada destes grandes patrocinadores (UAE, Bahrain, ...) que podem oferecer salários muito elevados, criando um desequilíbrio no mercado em relação às equipas que não têm esse mesmo tipo de disponibilidade.
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Maxim van Gils está no epicentro da tempestade
"Digo muitas vezes aos meus ciclistas que parto deste princípio: os nossos patrocinadores não são obrigados a ter uma equipa de ciclismo. O trabalho deles não é sustentar uma equipa de ciclismo. Por isso temos de ter muito cuidado com o que estamos a fazer. Se um dia eles se forem embora, o que é que vai sobrar?"
"Perder atletas faz parte da vida de uma equipa. Neste momento está um pouco na moda em muitas equipas. É óbvio que gostaríamos de manter os nossos ciclistas, mas é impossível. Mas de um modo geral penso que estamos a tornar-nos cada vez mais semelhantes ao futebol, sem termos a compensação financeira do futebol. Não me parece que isto seja muito saudável, nem para a equipa nem para o ciclista".
"A Lotto Dstny precisa deste ciclista e tem um contrato com ele. Eu ponho-me no lugar deles: estão lá há décadas e investiram dinheiro, conseguiram descobrir um bom ciclista em Maxim Van Gils e de um dia para o outro, pela razão x ou y, ele quer sair. Esta atitude põe em risco tudo o que a Lotto representou no ciclismo belga. Hoje é a Lotto, mas amanhã pode ser a Quick-Step ou outra empresa qualquer".

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