"O domínio da Emirates em 2024 ofusca o da Jumbo-Visma no ano passado", segundo Cyrille Guimard

Ciclismo
quinta-feira, 07 novembro 2024 a 18:00
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Em 2023, a Jumbo-Visma fez história no ciclismo, vencendo as três Grandes Voltas e até mesmo ao completar todo o pódio da Volta a Espanha. Em 2024, no entanto, a sua posição de líder do pelotão foi usurpada pela UAE Team Emirates, encabeçada por Tadej Pogacar.

Só o esloveno conseguiu vitórias na Volta a Itália, na Volta a França, na Liège-Bastogne-Liege, na Volta à Lombardia, na Strade Bianche e noutras competições com as cores da UAE Team Emirates, além da famosa vitória ao serviço da Eslovénia no Campeonato do Mundo de Zurique. Se juntarmos a isso os desempenhos notáveis ao longo do ano de João Almeida, Adam Yates, Marc Hirschi, Juan Ayuso e outros, a equipa UAE Team Emirates 2024 ultrapassou largamente as conquistas de 2023 da Visma, de acordo com o experiente especialista francês em ciclismo Cyrille Guimard.

"As 3 Grandes Voltas, um pódio completo numa delas para a Jumbo-Visma, nunca ninguém o tinha feito antes. Mas de hoje em dia passa-se muito depressa, para nos lembrarmos do que aconteceu há um ou dois anos, quase que temos de ir à procura dos arquivos. E este domínio da Emirates ofusca o feito da Jumbo-Visma do ano passado", explica Guimard na sua coluna para o Cyclism'Actu. "Há sempre explicações, não estamos um ano acima de todos e no ano seguinte mal. Penso que, em primeiro lugar, houve a grave queda no País Basco com Jonas Vingegaard, Remco Evenepoel... Estes dois ciclistas ainda tiveram influência no desenrolar da época, o que também pode ter favorecido um pouco a UAE".

"E quando o líder voa, os colegas de equipa voam. Quando se tem um grande líder, tem-se grandes colegas de equipa. Esses mesmos colegas de equipa, numa outra equipa sem um grande líder, perdem 20% do seu desempenho. A motivação coletiva é algo de extraordinário", continua Guimard, elogiando o efeito Tadej Pogacar. "Quando há esta euforia da vitória, ela ganha, é lógico, é normal. E é tanto mais lógico quanto é a equipa que tem o maior orçamento e que, consequentemente, tem os melhores ciclistas, os melhores jovens... Agora, será que vai durar muito tempo ou não? Isso é outra conversa. Mas não é anormal que a Emirates domine desta forma de hoje em dia, tendo em conta os elementos que acabei de referir."

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