Rui Alberto Faria da Costa, nascido a 5 de outubro de 1986 na Póvoa de Varzim, iniciou a sua carreira no ciclismo de estrada após um breve percurso no atletismo. A sua paixão pelas bicicletas surgiu cedo e, com o apoio das famílias e clubes da região de Vila do Conde, começou a destacar-se nas categorias de base. A transição para o profissionalismo aconteceu em 2007, quando assinou contrato com a equipa portuguesa do S.L. Benfica, marcando o início da sua incursão nas grandes competições internacionais.
Ascensão no ciclismo mundial: Primeiras vitórias e conquistas
Os primeiros anos como profissional foram marcados por conquistas progressivas que colocaram
Rui Costa no radar das equipas e dos fãs do ciclismo. Em 2009, o ciclista português alcançou uma das suas primeiras vitórias de destaque na 4 Jours de Dunkerque (4 Dias de Dunquerque), uma das competições mais importantes do calendário de ciclismo francês. Em 2010, conquistou o Trofeo Deià, uma das primeiras vitórias significativas na sua carreira.
No ano seguinte, assinou pela equipa espanhola
Movistar Team, o que lhe deu a oportunidade de competir ao mais alto nível. Foi em 2011 que Rui Costa se destacou nas Grandes Voltas, vencendo a 8ª etapa da Volta a França. Em 2011, ainda brilhou ao vencer o Grand Prix Cycliste de Montréal, além de outras boas performances em provas por etapas.
O auge da carreira: O título mundial de 2013
O ponto mais alta da carreira de Rui Costa aconteceu em 2013, quando conquistou o título mundial de estrada no Campeonato Mundial da UCI realizado em Florença, Itália. A vitória de Rui Costa foi histórica, pois foi a primeira vez que um ciclista português venceu o Campeonato do Mundo de estrada. A sua performance excepcional, que veio após uma fuga decisiva com outros favoritos, cimentou a sua posição como um dos melhores ciclistas do mundo.
Ao vestir a Camisola Arco-Íris, Rui Costa não só se tornou um símbolo do ciclismo português, mas também reforçou a sua versatilidade como ciclista completo, capaz de competir tanto em clássicas como em grandes provas por etapas. O feito teve um impacto profundo no ciclismo português, inspirando as gerações futuras e abrindo portas para mais conquistas internacionais.
Rui Costa levanta os braços em Santa Maria da Feira e é Campeão Nacional de estrada pela terceira vez na sua carreira
Principais vitórias em Grandes Voltas: Volta a França, Volta a Espanha e outras
Rui Costa sempre se destacou em provas de uma semana e nas Grandes Voltas, com várias performances memoráveis:
- 3 vitórias na classificação geral da Volta à Suíça (2012, 2013, 2014): Uma das provas de destaque da sua carreira, onde conquistou a classificação geral em três edições consecutivas, obtendo 5 vitórias em etapas.
- 3 vitórias em etapas da Volta a França (2011, 2013): A primeira vitória foi na 8ª etapa de 2011, um contrarrelógio individual. Em 2013, venceu a 16ª etapa em Gap e a 19ª em Le Grand Bornand.
- Vitória na 16ª etapa da Volta a Espanha (2015, 2023): Uma vitória memorável numa mítica etapa de montanha, consolidando a sua reputação como trepador. Mais tarde venceria a 15ª etapa para Lekunberri, num sprint em grupo reduzido, batendo Santiago Buitrago e Lennard Kamna.
- Classificação geral da Volta à Comunidade Valenciana (2023): Após vencer a última etapa emocionante, Rui Costa arrebatou a classificação geral da prova, batendo Giulio Ciccone e Tao Geoghegan Hart.
- Classificação geral da Abu Dhabi Tour (2017): Uma das vitórias em terras do Oriente, onde conquistou a classificação geral, vencendo a etapa rainha para Jebel Hafeet e deixando Ilnur Zakarin e Tom Dumoulin nos restantes lugares do pódio final.
- Campeão Nacional de Estrada (2015, 2020, 2024) Durante 36 meses vestiu a Camisola de Campeão Nacional. A ultima vez que levantou os braços foi em Santa Maria da Feira em 2024.
- Campeão Nacional de Contrarrelógio (2010, 2013)
Consolidação e liderança: A continuação do sucesso
Após a vitória mundial, Rui Costa manteve-se relevante no pelotão mundial, com destaque para a conquista de novas vitórias e pódios. Em 2014, continuou a sua série de sucessos ao vencer a Volta à Suíça, prova que já havia conquistado anteriormente em 2012 e 2013. Este desempenho sólido consolidou a sua posição como um dos principais líderes de equipa em provas por etapas.
Rui Costa passou a ser reconhecido não apenas pelos seus feitos, mas também pela sua habilidade em se adaptar a diferentes desafios. Mesmo após a conquista do Campeonato Mundial, o português continuou a marcar presença nas grandes corridas, destacando-se em competições de longa duração e provas de montanha.
Com o passar dos anos, a carreira de Rui Costa passou a ser marcada por uma adaptação contínua ao novo ciclo de corridas e ao papel de mentor para ciclistas mais jovens. Ao longo da sua carreira, integrou equipas como a UAE Team Emirates e a EF Education–EasyPost, onde continuou a ser uma presença importante dentro do pelotão, mesmo que com um papel mais focado em apoiar os seus companheiros de equipa.
Ao longo dessa fase, Rui Costa manteve-se competitivo e a sua experiência e conhecimento do pelotão tornaram-no um ativo valioso para as equipas que integrou.
Conclusão: O legado de Rui Costa
A carreira de Rui Costa é um reflexo de dedicação, trabalho árduo e uma adaptação notável às exigências do ciclismo internacional. Desde o início, com uma formação humilde, até à conquista do Campeonato Mundial de 2013, Rui Costa demonstrou que é possível alcançar o topo, independentemente da origem ou da competitividade do campo.
O legado de Rui Costa vai além das vitórias. Ele provou que o ciclismo português tem capacidade de figurar entre as nações mais fortes do mundo, e que um ciclista, com as qualidades certas, pode conquistar os maiores palcos do ciclismo mundial. Com um palmarés repleto de vitórias e momentos de glória, Rui Costa será sempre lembrado como um dos maiores nomes do ciclismo português.
Rui Costa levanta os braços em Florença e é Campeão do Mundo em 2013
Outros resultados importantes no palmarés de Rui Costa
- 1º Trofeo Calvia (2023)
- 1º Japan Cup (2023)
- 1º Trofeo Deià (2010)
- 1º Klasika Primavera de Amorebieta (2013)
- 1º GP Montreal (2011)
- 1º CG Vuelta a la Comunidad de Madrid (2011)
- 1º GP Montreal (2011)
- 1º GC 4 Dias de Dunquerque (2009)
- 2º CG Volta à Romandia (2019, 2014)
- 2º CG Paris-Nice (2014)
- 2º GP Montreal (2014)
- 2º 4 Dias de Dunquerque (2010)
- 2º na GP Ouest France - Plouay (2012)
- 2º Trofeo Deià (2012)
- 3º CG Volta à Romandia (2012)
- 3º CG Critérium du Dauphiné (2015)
- 3º Il Lombardia (2014)
- 3º CG Vuelta A Chihuahua Internacional (2009)
- 3º Volta ao Algarve (2014)