"O Jonas estava focado na etapa do Angliru" Director da Visma sobre a vitória de Vingegaard na Vuelta

Ciclismo
domingo, 02 novembro 2025 a 8:47
JonasVingegaard VictorCampenaerts
A Team Visma | Lease a Bike é uma das equipas de topo do pelotão e com o cargo de diretor desportivo vem uma enorme responsabilidade e pressão. Jesper Morkov tem-se destacado neste papel ao longo do ano, levando a equipa a conquistar vitórias em Grandes Voltas, apesar de ter a mesma idade de muitos dos seus ciclistas.
Em entrevista ao DR Sporten, o dinamarquês partilhou detalhes sobre a sua experiência na Volta a Espanha deste ano. A corrida começou sem grandes diferenças, mas foi na 9ª etapa, com chegada à Estación de Valdezcaray, que as coisas começaram a mudar. Jonas Vingegaard atacou logo no início da subida, apanhando a UAE de surpresa e criando uma vantagem sobre João Almeida, o que permitiu à equipa adotar uma estratégia diferente. Com uma doença que afetou Vingegaard durante a prova, as etapas mais conservadoras passaram a ser uma prioridade.
"O Jonas estava focado na etapa do Angliru, mas no próprio dia disse-me que não se estava a sentir bem. Então tivemos de mudar para um plano mais defensivo", explicou Morkov. "Já não se tratava de vencer, mas de evitar perder tempo."
Apesar das dificuldades, Vingegaard conseguiu garantir a vitória geral, o mesmo feito alcançado pela equipa na Volta a Itália por Simon Yates, onde Morkov também esteve no comando. Aos 37 anos, o dinamarquês, que não seria sequer o ciclista mais velho da equipa, provou que é um diretor desportivo de grande qualidade, merecendo o seu lugar numa equipa de elite.

O desafio de guiar lendas do ciclismo

"Claro que me questionei se a Visma não seria um nível demasiado elevado para mim. Mas meti mãos à obra e mostrei que o que importa não é o currículo. Quando se tem sucesso no Giro e na Vuelta, e se ajuda um jovem como Matthew Brennan a conquistar 12 vitórias na sua primeira temporada profissional, isso dá-nos confiança", admite Morkov.
Embora o seu papel de diretor desportivo tenha sido um sucesso, Morkov confessa que foi estranho no início dar instruções a lendas do ciclismo como Jonas Vingegaard ou Wout van Aert. "Estaria a mentir se dissesse que não tive de me habituar a dar conselhos ao Wout van Aert. Ele é uma das maiores estrelas do ciclismo. Então a ideia de eu, com o meu currículo modesto, lhe dar conselhos sobre como correr um final de etapa levou algum tempo a digerir", reconhece.
Apesar disso, sente que se adaptou bem à equipa e o facto de Vingegaard ser dinamarquês facilita a colaboração. "Parece banal, mas é incrivelmente relaxante ter alguém com quem falar dinamarquês. É mais fácil falar de outras coisas para além do ciclismo, há um conforto em usar a nossa língua materna", revela Morkov.

Respeito dentro da equipa e futuro incerto na Volta a França

"Dentro da equipa sinto mais respeito, ou talvez isso seja dizer demais, mas não há dúvida de que os resultados em que participei este ano reforçaram a minha posição", afirma Morkov. No entanto, é difícil prever se ele será o responsável por guiar a equipa na Volta a França. "Neste momento, estou a levar as coisas como elas vêm. Este é o trabalho dos meus sonhos, mas nunca sonhei com ele, porque nunca pensei que fosse possível", conclui o dinamarquês.
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