O ex-profissional aponta caminho para tentar travar Pogacar: "O pelotão deve aprender com a estratégia da antiga Sky"

Ciclismo
sábado, 26 abril 2025 a 19:00
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Tadej Pogacar continua a ser o homem a bater em 2025, mas parar o fenómeno esloveno revela-se uma tarefa quase impossível. Na opinião do ex-profissional americano Bobby Julich, se o pelotão quiser encontrar uma solução, deve olhar para o passado, mais concretamente para a abordagem utilizada pela Team Sky contra Alberto Contador.
“Sou um grande fã de Tadej Pogacar”, começou Julich numa coluna publicada na Velo. “Ele corre de forma não convencional, com alguns dos ataques de longe mais emocionantes que já testemunhámos no ciclismo moderno. Quando todos estão no limite, ele parece flutuar sobre os pedais, como se estivesse apenas a desfrutar de um treino divertido.”
No entanto, Julich sublinha que, embora Pogacar pareça quase invencível, não é totalmente imbatível.
“Na semana passada, na Amstel Gold Race, vimos o Pogacar parecer quase humano pela primeira vez em muito tempo. Foi um conjunto de factores: fadiga acumulada da sua campanha de clássicas empedradas, um possível erro no abastecimento e a capacidade de Remco Evenepoel e Mattias Skjelmose de o pressionarem de forma eficaz.”
Inspirando-se na experiência enquanto treinador na Team Sky, Julich recorda como a equipa britânica encontrou uma solução para lidar com os ataques explosivos de Alberto Contador:
“Durante o meu tempo na Team Sky, o Tim Kerrison embora não tivesse os dados brutos, analisava e calculava cada movimento do Contador, pelas informações disponíveis publicamente. A estratégia passou por não responder imediatamente às acelerações violentas, evitando entrar em pânico.
Contador e Froome foram rivais nas Grandes Voltas durante grande parte da década de 2010
Contador e Froome foram rivais nas Grandes Voltas durante grande parte da década de 2010
"Não nos podíamos ir abaixo psicologicamente, nem responder por uma questão de ego. Em vez disso, os ciclistas da Sky, como Chris Froome, mantinham-se dentro da sua faixa de potência ideal e aproximavam-se lentamente, anulando os ataques ao longo da subida. Froome raramente voltou a perder para Contador depois disso.”
Segundo Julich, uma abordagem semelhante poderá ser a chave para travar Pogacar, pelo menos em determinadas situações.
“Foi assim que o Skjelmose se colocou em posição de vencer a Amstel. Mas claro, essa estratégia não funciona em finais explosivos como na Flèche Wallonne, onde Pogacar simplesmente destrói a concorrência no Mur de Huy.”
Julich admite que duvidou da capacidade de Pogacar para manter o seu domínio após a histórica temporada de 2024, mas reconhece que estava enganado.
“Pogacar e a UAE Team Emirates - XRG revolucionaram o ciclismo, combinando força individual com profundidade colectiva e tácticas agressivas de ataques de longe. No entanto, acredito que com o fim do seu intenso calendário de clássicas, veremos um Pogacar ainda mais perigoso, capaz de correr de forma mais contida e estratégica.”
Em jeito de conclusão, Julich deixa um aviso:
“O problema com a forma atual do Tadej, é que quando ele volta a fazer esforços mais comedidos perto da meta, ele torna-se ainda mais perigoso. O seu desejo de vencer todas as corridas em que participa ao longo do ano é mais impressionante do que todos os seus registos no Strava ou dados de potência. Enquanto o pelotão continua a analisar e a tentar adaptar-se, só o tempo dirá se conseguirão encontrar uma fórmula para vencer Pogacar. Mas eu, sinceramente, não apostaria nisso.”
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