O fisiologista Jan Boone já não vê a resistência de Tadej Pogacar como um problema: "Esperaram até haver uma quebra... mas o Vingegaard não tem equipa para impor aquele ritmo outra vez"

terça-feira, 16 julho 2024 a 17:03

Tadej Pogacar perdeu a Volta a França de 2022 e 2023 em dias com várias montanhas e um ritmo constantemente elevado por parte da Team Visma | Lease a Bike,. A equipa holandesa quis pôr em prática na 15ª etapa a mesma estratégia de outros anos na esperança de obter os mesmos resultados que anteriormente. O esloveno provou que para ele esse factor já não é uma dificuldade, como defende Jan Boone.

"O conceito de "resistência" é um tema quente na ciência do desporto. Compara-se a subida de uma passagem de montanha em condições frescas com uma subida depois de já se ter feito 3 ou 4 passagens de montanha, como no domingo para no Plateau de Beille. Qual é o diferença então? No ano passado a Jumbo-Visma utilizou esta táctica, impondo um ritmo elevado durante as primeiras subidas. Esperaram até haver uma quebra e foi isso que aconteceu na altura. Por causa da lesão no pulso, houve uma quebra no Pogacar. Agora ele já não teve essa desvantagem porque preparou-se bem, enquanto a preparação do Vingegaard foi um pouco inferior. E acho que o Vingegaard não tem equipa para impor aquele ritmo outra vez".

Pogacar ao ataque no Plateau de Beille

Embora a Visma não esteja tão forte como nos anos anteriores, preparou a 15ª etapa com muita objectividade e já tinha as tácticas em mente há meses. O plano foi executado na perfeição e Vingegaard teve um dos melhores desempenhos da sua carreira, a julgar pelas suas próprias palavras e pelas estimativas da sua potência... Mas não foi o suficiente para vencer o camisola amarela, que teve pernas para contra atacar e meter mais tempo no seu rival.

Boone acredita que Pogacar terminou a Volta a Itália ainda com alguma energia e acabou por ter a preparação ideal para o Tour. "Penso que ainda havia reservas de energia no Giro. Se ele depois tiver feito outro bloco com volume a uma intensidade baixa, as perdas serão muito limitadas." Naquela que pode ser considerada a etapa rainha, Pogacar consolidou a sua posição como o homem a bater nesta corrida, algo que só deverá acontecer se tiver um dia muito mau ou algum azar em cima da bicicleta.