O Gran Camiño não irá convidar a Israel - Premier Tech para a edição de 2026 apesar do estatuto da equipa

Ciclismo
sexta-feira, 19 setembro 2025 a 10:00
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A confirmação de que a Israel – Premier Tech será, em 2026, equipa World Tour com direito de participação automática nas três Grandes Voltas – Volta a Itália, Volta a França e Volta a Espanha – reacendeu a polémica em torno da presença da formação de Sylvan Adams. A recente Vuelta, marcada por protestos pró-palestinianos que levaram ao cancelamento da última etapa e à neutralização de outras duas, deixou um rasto de tensão que vários responsáveis do ciclismo espanhol não querem ignorar.
Desde o final da Vuelta, figuras da comunicação social e da política espanhola têm manifestado apoio aos protestos. O governo das Ilhas Canárias já advertiu que não receberá a etapa final da Vuelta 2026 se a equipa israelita estiver presente. Em Barcelona, cidade que acolherá o Grand Départ da Volta a França 2026, o município chegou a ponderar recusar a partida caso a equipa participasse. A posição acabou por ser suavizada: a Grande Partida mantém-se, independentemente da presença da Israel – Premier Tech, mas o debate político não arrefeceu.
Também na Volta à Catalunha, os organizadores poderiam ter excluído a equipa em 2025, mas optaram por não o fazer. O mesmo se aplica à Volta ao País Basco, onde a Israel – Premier Tech terá direito de presença automática na próxima época. Estas duas regiões, tal como Madrid e a Galiza, foram palco dos protestos mais violentos e de maior dimensão durante a última edição da Vuelta.

A posição galega endurece

É precisamente da Galiza que chega o mais recente sinal de endurecimento. Ezequiel Mosquera, diretor do Gran Camiño – na qual a equipa israelita não competiu nos últimos dois anos (esteve presente com a equipa de desenvolvimento), apesar de ser habitual o interesse em atrair equipas World Tour – confirmou que Israel – Premier Tech não será convidada em 2026.
“Não é uma situação fácil. Qualquer organizador que os tenha tido na sua corrida no ano passado estará a fazer a si próprio as mesmas perguntas que nós estamos a fazer agora. Não é uma situação fácil”, declarou Mosquera, recordando o clima vivido em Mos, durante a Vuelta, como um momento de “tensão máxima” para ciclistas, diretores desportivos e organizadores, num contexto “muito difícil de gerir”.

UCI sob pressão

Apesar das crescentes reservas regionais, a UCI mantém-se firme: a federação internacional reiterou que seguirá as recomendações do Comité Olímpico Internacional, que não apoia a exclusão de equipas em função de conflitos geopolíticos – a mesma linha que adotou para justificar a proibição das equipas russas em 2022, mas que agora suscita críticas pela alegada incoerência.
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