"O Jonas teve o seu melhor desempenho de sempre no Mont Ventoux" A Visma diz que Vingegaard vai para a Vuelta em grande forma, apesar da derrota no Tour para Pogacar

Apesar de ter terminado em segundo lugar na última Volta a França, Jonas Vingegaard apresenta-se à partida da Volta a Espanha 2025 no auge da sua carreira, segundo a própria Visma. A confiança da equipa assenta no nível exibido pelo dinamarquês nas montanhas francesas, onde, apesar das dificuldades, voltou a demonstrar porque é considerado um dos trepadores mais fortes do pelotão.

A convicção é partilhada por Mathieu Heijboer, antigo Diretor de Performance da formação neerlandesa, que não tem dúvidas de que o rendimento de Vingegaard em França foi de altíssimo nível, mesmo que a vitória tenha escapado. “O Jonas teve o seu melhor desempenho de sempre em subida, no contrarrelógio de montanha e no Mont Ventoux”, sublinhou em declarações ao jornal belga Knack. “Só houve um ciclista melhor. Foi pena que ele tenha tido alguns dias maus, porque na sua melhor versão foi excepcional.”

A preparação para o Tour ficou longe do ideal, depois de uma queda na Paris-Nice lhe ter retirado parte das corridas da primavera, como a Volta à Catalunha. O regresso deu-se no Critérium du Dauphiné, já com o foco na Volta a França, onde se mostrou competitivo apesar das limitações. Ainda assim, a Visma acredita que o dinamarquês está agora mais forte do que nunca e preparado para atacar a camisola vermelha.

“O segundo lugar na Vuelta de 2023 já tinha provado que era capaz de enfrentar duas Grandes Voltas no mesmo ano”, recordou Heijboer. “Nessa altura a preparação foi muito mais complicada devido a uma doença. Este ano desenhámos a primavera de forma mais leve, precisamente para que pudesse estar ao melhor nível no Tour e na Vuelta.”

Depois do pódio em Paris, Vingegaard, de 28 anos, fez uma breve pausa na Dinamarca antes de partir para Haute-Savoie, onde prosseguiu a sua preparação em altitude. Segundo Heijboer, a resposta tem sido animadora. “O Jonas recuperou rápido do Tour. Está fresco e muito motivado para conquistar uma Grande Volta”, garantiu.

Ainda assim, o antigo responsável da Visma reconhece os riscos de tentar alcançar o pico de forma duas vezes na mesma época. “Não temos uma explicação clara para os dias menos bons que teve no Tour. Um ciclista não é uma máquina. Mas os dados provam o nível impressionante que mostrou nos seus melhores dias.”

A grande questão que fica no ar é se Vingegaard conseguirá, finalmente, juntar a camisola vermelha aos dois triunfos na Volta a França. O que é certo, para já, é que a Visma nunca acreditou tanto na força do seu líder nas montanhas.