Paul Magnier é um talento excecional e uma das figuras mais promissoras da
Soudal - Quick-Step. Com a equipa belga a recentrar-se nas clássicas, o francês pode afirmar-se como líder claro e quer atacar a primavera a fundo, com o restante plantel a cobrir outras necessidades.
“A Volta a França não parece ser uma prioridade para mim neste momento. O Tim Merlier está muito focado nisso agora. Da minha parte, prefiro continuar a treinar e apontar às outras Grandes Voltas, como o Giro, além das Clássicas”, partilhou Magnier em declarações ao
Cyclism'Actu. Ainda assim, garante: “Estou mesmo ansioso por ter a minha oportunidade no Tour nos próximos anos”.
Magnier é um sprinter de topo e foi este ano o segundo corredor masculino mais vitorioso, fechando a época em força com mais de uma dúzia de triunfos só na Volta à Eslováquia, Cro Race e Tour of Guangxi. Isto após um calendário intenso no World Tour e uma primavera com vários resultados de peso, incluindo segundos lugares em provas como a Figueira Champions Classic e a Omloop het Nieuwsblad, onde as ascensões foram curtas e explosivas. Mostrou talento claro e convida a comparação com Arnaud De Lie, que também divide o foco entre ambos os terrenos.
“O meu objetivo número um são as Clássicas, mas também os sprints. Descobri um verdadeiro talento para sprintar e gostava de evoluir nas Clássicas. Este ano teremos uma equipa muito mais forte, com corredores como o [Jasper] Stuyven e o [Dylan] van Baarle. Isso vai permitir-nos chegar com um bloco sólido, e cabe-me a mim encontrar o meu lugar.”
Omloop het Nieuwsblad e Dwars door Vlaanderen como possíveis objetivos principais
“Com a saída de Remco Evenepoel, abriram-se novas oportunidades”. O orçamento libertado foi redirecionado para o tipo de corridas onde a equipa sempre brilhou. Jasper Stuyven e Dylan van Baarle serão os novos líderes para as clássicas, trazendo muita experiência; enquanto Alberto Dainese chegou para ser uma terceira opção ao sprint a par de Magnier e Tim Merlier.
“A equipa sempre esteve muito focada nas Clássicas. A chegada de novos corredores muito fortes nesta disciplina vai permitir reconstruir um bloco sólido e lutar por grandes vitórias.” Agora, aos 21 anos, cabe-lhe provar-se num coletivo repleto de tubarões, nos dois terrenos onde mais rende. As clássicas da primavera serão um bom teste e um objetivo maior.
“Fiquei perto na Omloop. Seria ótimo vencer, porque não a própria Omloop? E depois há corridas como a E3 ou a Dwars door Vlaanderen, um degrau abaixo na hierarquia, mas com nível competitivo enorme. Ponho pressão em mim próprio”, admite. “Quero melhorar e divertir-me nas clássicas. E, para me divertir, tenho de estar na frente. É para isso que me vou preparar na próxima época.”
Paul Magnier em Le Samyn deste ano, onde só Mathieu van der Poel o bateu. @Imago