“O Paul é incrivelmente talentoso” Tim Merlier feliz por ajudar a abrir caminho ao seu sucessor

A Soudal - Quick-Step sofreu a saída de Remco Evenepoel neste último mercado. Apesar de várias contratações sonantes para colmatar o vazio, a equipa belga terá de viver sem a sua superestrela em 2026. Felizmente, pode amparar-se, pelo menos em parte, nos seus sprinters. Tim Merlier é a referência do presente e o futuro de Paul Magnier parece igualmente brilhante. Se não superior.

O sprinter francês foi o segundo ciclista mais vitorioso do pelotão em 2025, apenas atrás de Tadej Pogacar. Com um total de 19 triunfos em 2025, a Quick-Step tem uma verdadeira joia em mãos. Dentro de alguns anos, não será estranho ver Magnier dominar as chegadas planas da Volta a França, mas não em 2026.

E a ascensão de Magnier impacta diretamente o atual líder de sprints da Quick-Step, Tim Merlier. Hoje, Merlier continua a ser a referência da Soudal - Quick-Step nas chegadas rápidas. O registo de 2025 — 16 vitórias, incluindo duas etapas da Volta a França — fala por si. Mas a idade joga a favor de Magnier, mais de uma década mais novo, oferecendo melhores perspetivas a longo prazo para a equipa.

“Sou homem de dorsal: rendo mais em competição do que em treino. Mas quando, finalmente, levo o treino a sério, tenho de trabalhar muito para bater o Paul”, disse Merlier ao Het Nieuwsblad, sobre a nova estrela das chegadas em pelotão, admitindo que o francês “está a devorar tudo” dentro da equipa.

Não há, porém, qualquer mal-estar entre ambos. Para Merlier, é motivo de orgulho ver a ascensão do seu sucessor, enquanto a concorrência interna o obriga a elevar o próprio nível. Com o foco da Quick-Step de novo nas chegadas e nas Clássicas, o duo terá ainda maior suporte da equipa em 2026.

“Procuro ajudá-lo. Dou-me muito bem com o Paul e creio que partilhamos a mesma visão. Se a equipa decidir que ele tem de trabalhar para mim, ele faz isso, e vice-versa. Tento ajudá-lo também. Se ele faz um sprint fraco, não tem problema em dizer-me: ‘Cometi um erro.’ Depois tento fazer ajustes.”

“Sou um homem de equipa e, quanto melhor a equipa, mais gosto. O Paul é incrivelmente talentoso, ainda mais do que eu, mas sprintar também é uma questão de pormenores. Se olharmos para os últimos meses, acho que ele os está a dominar, pouco a pouco”, acrescentou o ciclista de 33 anos.

Embora some 24 vitórias na carreira, é verdade que Paul Magnier ainda não venceu uma etapa numa Grande Volta. Mas isso não deverá tardar, garante Tim Merlier, que confia plenamente no talento e no potencial do seu colega.

“Sim, estou convencido disso. Ainda não conseguiu no Giro [2025, n.d.r.], mas acho que no próximo ano vai ganhar uma Clássica e algumas etapas numa Grande Volta”, concluiu a estrela da Soudal - Quick-Step.