"O Tour é a corrida. Perdemos..." FDJ–Suez de Demi Vollering promete voltar mais forte contra Ferrand-Prévot em 2026

A FDJ–Suez não esconde o seu propósito: vencer a Volta a França Feminina é a prioridade máxima. Depois de uma temporada em que foi vencida por uma intocável Pauline Ferrand-Prévot, a formação de Stephen Delcourt promete regressar em 2026 com ambição redobrada e uma estrutura mais afinada.

Em declarações à DirectVelo durante a apresentação oficial da prova, em Paris, o diretor desportivo francês foi claro no diagnóstico e no objetivo: “Construímos a equipa à volta da Demi Vollering para ganhar a Volta a França de 2025. Não conseguimos porque fomos derrotados por alguém mais forte. A Pauline estava acima de todas. Mesmo com um contrarrelógio, teria vencido. Agora temos de reduzir a diferença, elevar o nosso nível e apontar à vitória em 2026.”

Delcourt elogiou o novo traçado, que combina etapas para puncheurs, alta montanha e o regresso do contrarrelógio. “É um percurso soberbo, complicado e completo. Vai exigir muito trabalho e reconhecimento. Já estamos a preparar tudo ao detalhe para não deixar nada ao acaso.”

O técnico francês mostrou-se orgulhoso da época que agora termina, apesar de ter ficado a um passo do título. “O Tour é a corrida. Perdemos, mas fizemos uma excelente prova. Segundo lugar na geral, vitória por equipas, camisola da montanha. Demos tudo. Se tivéssemos perdido por causa de um erro táctico, seria frustrante. Mas a Pauline foi imbatível. Agora trata-se de reduzir a diferença física, táctica e de preparação.”

Apesar do segundo lugar no Tour, Demi Vollering terminou 2025 como a número um do ranking mundial. “É excepcional”, reconheceu Delcourt. “Mas a verdade é que trocaríamos o primeiro lugar do ranking mundial pela Camisola Amarela. A Camisola Amarela é o Santo Graal, ainda mais do que a Camisola Arco-Íris.”

Para 2026 a FDJ–Suez vai alterar a forma como estrutura a temporada. “Teremos calendários mais individualizados, escolhas tácticas diversificadas e novos métodos de treino”, revelou Delcourt. “Reduzimos o plantel de 18 para 16 ciclistas. Queremos correr um pouco menos, mas com maior força colectiva.”

A equipa planeia encurtar o calendário em cerca de 5 a 10%, com o objetivo de chegar aos grandes eventos com mais frescura. “A época vai de meados de novembro a finais de outubro, há pouco tempo para a vida pessoal. Queremos equilibrar melhor o esforço e estar no pico nos momentos certos.”

A Volta a França Feminina continua a ser o principal objetivo, mas não o único. Delcourt traçou uma lista ambiciosa de dez corridas que a FDJ–Suez pretende conquistar até 2028, desde a Strade Bianche e a Paris-Roubaix até ás três Grandes Voltas e às Clássicas das Ardenas.

“Este ano já vencemos dois desses objetivos: a Strade Bianche e a Vuelta”, destacou. “Fomos segundos na Flèche Wallonne, terceiros na Liège, segundos no Tour. Queremos vencer todas as corridas que fazem parte da identidade desta equipa.”

Duas décadas após a sua fundação, a FDJ–Suez está mais próxima do que nunca do topo absoluto do ciclismo feminino. E se depender da determinação de Stephen Delcourt, Pauline Ferrand-Prévot não voltará a ter caminho livre quando o pelotão regressar à estrada no próximo verão.