OFICIAL: Arkéa B&B Hotels fecha portas no final de 2025

Ciclismo
quarta-feira, 15 outubro 2025 a 12:19
vauquelin
O que há meses parecia inevitável tornou-se agora oficial: a equipa Arkéa- B&B Hotels vai fechar portas e no final de 2025, pondo fim a um projeto de 20 anos que marcou presença contínua no pelotão francês e internacional.
Apesar da visibilidade alcançada no WorldTour e da participação regular na Volta a França, a formação liderada por Emmanuel Hubert não conseguiu garantir o apoio financeiro necessário para continuar. Segundo o jornal L’Équipe, todas as tentativas de assegurar novos patrocinadores falharam, selando o destino de uma das estruturas mais antigas do ciclismo francês.

De Bretagne à Arkéa: duas décadas de história

Fundada em meados dos anos 2000, a equipa nasceu sob o nome Bretagne-Jean Floc’h, representando o coração do ciclismo regional francês. Ao longo dos anos, o projeto cresceu e foi-se adaptando às exigências do calendário internacional. Em 2016, a entrada de novos patrocinadores transformou-a em Fortuneo - Vital Concept, e, três anos mais tarde, em Team Arkéa Samsic, com a Arkéa a assumir o patrocínio principal.
A parceria com a B&B Hotels, após a dissolução da anterior equipa homónima, deu origem à formação atual. Durante esse período, o conjunto ganhou popularidade por representar o espírito combativo das equipas francesas e por garantir presença em todas as grandes corridas do país.
No entanto, o cenário económico do ciclismo francês tem-se tornado cada vez mais frágil. A TotalEnergies enfrenta também dificuldades para assegurar o futuro, depois de o seu principal patrocinador ter estabelecido uma parceria com a INEOS Grenadiers, refletindo uma tendência preocupante para o pelotão nacional.

Da era Quintana à crise de pontos UCI

A ascensão ao World Tour em 2023 parecia o culminar de um longo ciclo de crescimento. A presença de nomes como Nairo Quintana e Arnaud Démare elevou temporariamente o perfil da equipa, que chegou a ser considerada uma das formações francesas mais ambiciosas da década.
Contudo, a falta de resultados consistentes e a escassez de pontos UCI colocaram a Arkéa no fundo da tabela do World Tour, atrás de várias equipas Pro Team, comprometendo a renovação da licença para o próximo ciclo. Sem resultados desportivos expressivos e com o abandono progressivo dos patrocinadores, o projeto tornou-se insustentável.
Durante o último ano, Emmanuel Hubert tentou assegurar novos apoios e investidores, mas nenhum acordo foi concretizado. O encerramento agora confirmado marca o fim de um percurso que sobreviveu a várias transformações, mas que não resistiu à realidade económica do ciclismo moderno.

O surgimento de Vauquelin não chegou para salvar o projeto

O ponto alto da temporada foi a explosão de Kévin Vauquelin, que terminou no pódio da Volta à Suíça, após liderar a corrida durante vários dias, e conquistou o 7.º lugar na Volta a França, em Paris. A sua consistência sugeria um novo futuro para a equipa, mas a saída do jovem talento, já confirmado na INEOS Grenadiers, acabou por simbolizar o colapso do projeto.
Outros nomes importantes também partirão: Luca Mozzato, 2º classificado da Volta à Flandres 2024, reforçará a Tudor Pro Cycling, enquanto o veterano Arnaud Démare anunciou recentemente o fim da carreira.

Um adeus ao pelotão francês

Com o desaparecimento da Arkéa - B&B Hotels, o ciclismo francês perde uma das suas estruturas mais representativas, responsável por lançar e apoiar dezenas de talentos ao longo de duas décadas.
A equipa despede-se deixando um legado de persistência, proximidade e paixão pelo ciclismo nacional, mas também um alerta sobre as dificuldades financeiras que continuam a ameaçar as formações de média dimensão no panorama internacional.
O pelotão francês entrará em 2026 com menos uma bandeira histórica, encerrando um capítulo que marcou gerações de adeptos e corredores.
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