Num momento em que a
INEOS Grenadiers tenta reformular a sua identidade e construir um futuro competitivo sustentado em talento jovem, a continuidade de
Michal Kwiatkowski surge como uma peça-chave na engrenagem. De acordo com o jornalista britânico
Daniel Benson, o veterano polaco assinou uma extensão contratual de dois anos, que o manterá na estrutura até ao final de 2027, prolongando uma ligação que começou em 2016.
Se confirmado oficialmente, este novo contrato fará com que Kwiatkowski complete 11 temporadas consecutivas com a equipa britânica, uma longevidade rara no ciclismo profissional moderno e que atesta tanto a sua fiabilidade como a sua influência dentro e fora da estrada.
Um pilar da era Sky/INEOS
Kwiatkowski, campeão do mundo em 2014, chegou à então Team Sky vindo da Etixx – Quick Step com um perfil de ciclista completo: capacidade em clássicas, inteligência tática, competência nas subidas curtas e uma entrega total ao trabalho de equipa. Ao longo da sua passagem, somou triunfos individuais — incluindo a Milan-Sanremo (2017), a Strade Bianche (2017), o Tirreno-Adriatico (2018) e etapas na Volta a França mas, acima de tudo, destacou-se como um dos mais fiáveis gregários de luxo das equipas vitoriosas nas Grandes Voltas.
Michal Kwiatkowski foi Campeão do Mundo em 2014
Um mentor para a nova geração
Com a INEOS a apostar cada vez mais em nomes jovens como AJ August, Michael Leonard, Artem Schmidt e o promissor contrarrelogista Joshua Tarling, a presença de um corredor com a experiência, serenidade e conhecimento tático de Kwiatkowski torna-se essencial. O polaco é, nas palavras de muitos colegas, “o cérebro da corrida”, alguém capaz de ler situações de prova como poucos no pelotão atual.
"Ter Kwiato numa equipa é como ter um diretor desportivo dentro do pelotão", afirmou recentemente um técnico da formação britânica.
A aposta na renovação do polaco revela também uma aposta na continuidade e na cultura interna da equipa, algo que os INEOS procuram consolidar num momento de transição, sem nomes como Froome, Thomas ou Carapaz no topo da hierarquia de resultados.
Fim de carreira à vista?
Embora não haja ainda indicações formais de que este novo contrato será o último da carreira de Kwiatkowski, o cenário de uma despedida com 37 anos, ao serviço da mesma equipa há mais de uma década, é cada vez mais plausível. No entanto, ao estilo do próprio, o polaco poderá continuar a surpreender com desempenhos ao mais alto nível, seja numa clássica dura, numa fuga montanhosa ou a comandar o comboio de uma liderança jovem.
A INEOS Grenadiers vê nele mais do que um ciclista: vê um modelo de profissionalismo, uma ligação entre gerações e um trunfo silencioso nas batalhas mais decisivas. Em tempos de renovação, Kwiatkowski continua a ser um elo vital entre o passado glorioso e o futuro promissor da equipa britânica.