Aos 23 anos, Olav Kooij é já um dos sprinters mais promissores do pelotão internacional. Com o contrato a terminar no final da presente temporada, o futuro do neerlandês na Team Visma | Lease a Bike é agora um dos temas mais quentes do mercado. A grande questão? Se vai continuar na estrutura que o formou… ou procurar novos horizontes.
Enquanto a equipa continua a centrar-se nos objetivos de Jonas Vingegaard nas Grandes Voltas e de Wout van Aert nas clássicas, Kooij, que tem demonstrado consistência nas chegadas ao sprint, começa a ambicionar mais espaço e protagonismo.
Segundo Grischa Niermann, um dos diretores desportivos da Visma, o processo de decisão está longe de estar encerrado:
“Ainda estamos em conversações com ele e com os seus agentes. Pode seguir para qualquer lado”, revelou ao Wielerflits. “Estamos a discutir a renovação, mas também as suas ambições e possibilidades desportivas.”
Um dos temas centrais nas negociações? A participação na Volta a França.
“É evidente que o Olav quer correr o Tour”, admitiu Niermann. “Temos de ver se isso se encaixa no nosso plano competitivo para os próximos anos. Estamos a conversar sobre isso.”
Com Vingegaard focado na geral individual e Van Aert a dividir-se entre as etapas e o papel de apoio, a presença de um sprinter puro como Kooij no bloco do Tour levanta questões táticas e logísticas dentro da estrutura.
“Não há prazo definido”, acrescentou Niermann. “Mas a certa altura será preciso tomar decisões. Isso também se aplica ao Olav. Oficialmente, temos até 1 de agosto. Até lá, vamos ver como evolui.”
A posição de Kooij no seio da equipa tornou-se ainda mais delicada com a ascensão meteórica de Matthew Brennan. O jovem britânico de apenas 19 anos tem dado nas vistas com prestações de alto nível e começa a ganhar terreno no setor dos sprints da Visma.
“O melhor cenário para nós é termos cinco ou seis ciclistas a vencerem cerca de dez corridas por ano”, explicou Niermann. “Mas também precisamos de equilíbrio — entre oportunidades e perfis. Temos as nossas ideias, tomamos decisões com base nelas, mas por vezes os atletas veem as coisas de forma diferente.”
Kooij era um dos grandes favoritos à Clássica Brugge–De Panne, uma corrida moldada à sua medida. No entanto, como tantos outros sprinters, foi afastado do sprint devido ao caos nos últimos quilómetros, marcado por múltiplas quedas.
“Infelizmente, o Olav também caiu, mas os danos parecem limitar-se a escoriações”, confirmou Niermann. “Ele tem ainda grandes objetivos pela frente, por isso teremos de ver como recupera.”
A Team Visma | Lease a Bike esteve bem posicionada no final, mas os perigos do percurso voltaram a ser alvo de críticas:
“Estávamos no lugar certo como equipa, mas a queda foi inevitável. O estreitamento da estrada nos últimos quilómetros criou situações perigosas”, lamentou o diretor desportivo.
Enquanto Kooij recupera e a temporada avança, o foco volta-se para a sua trajetória futura — tanto no contexto da equipa, como no cenário global dos sprinters.
Jovem, talentoso e ambicioso, o neerlandês quer brilhar nos maiores palcos do ciclismo, e a Volta a França é uma meta que não pretende adiar indefinidamente.
A decisão em cima da mesa não é apenas contratual — envolve a gestão da carreira, o equilíbrio da equipa e o posicionamento estratégico. Com o calendário e os objetivos da Visma cada vez mais preenchidos, a estrutura neerlandesa enfrenta uma das escolhas internas mais complexas desta temporada.