Em 2025,
Mads Pedersen não só evoluiu como ultrapassou todas as expectativas. O dinamarquês, já amplamente reconhecido como um dos corredores mais versáteis do pelotão, deu este ano o salto definitivo para o restrito grupo da elite do ciclismo mundial. E não apenas para essa elite, mas para o círculo mais íntimo dos dominadores do desporto. Hoje, é impossível falar dos
Seis Grandes do ciclismo sem incluir o seu nome.
E isso implica uma escolha difícil: alguém tem de sair. Para muitos, essa figura é
Wout van Aert, para uma franja mais pequena poderá ser
Primoz Roglic.
A ideia pode parecer controversa, quase herética para alguns adeptos. Mas os números falam mais alto do que o prestígio ou a popularidade. E os números, bem como os desempenhos, favorecem inequivocamente Pedersen.
A sua vitória no Campeonato Nacional de contrarrelógio da Dinamarca, na passada sexta-feira, foi mais um marco. A primeira da carreira na disciplina, conquistada com autoridade, com 25 segundos de vantagem sobre o segundo classificado. Mas este título foi apenas o mais recente capítulo de uma temporada impressionante.
Mads Pedersen chegou ontem à 55ª vitória na carreira, a nona em 2025
Pedersen abriu o ano com a conquista da geral da Volta à Provença, incluindo uma vitória em etapa. Depois, brilhou no Paris-Nice, onde também venceu. Seguiu-se uma prestação irrepreensível nas clássicas: triunfo em Gent-Wevelgem, segundo lugar na Volta à Flandres e terceiro na Paris-Roubaix, sempre entre os melhores, apenas superado por Pogacar e Van der Poel. Na
Volta a Itália, foi devastador: quatro vitórias em etapas e a conquista da camisola por pontos, dominando por completo os sprints.
Se Pogacar e Van der Poel são os reis da primavera, Pedersen foi o príncipe que ficou à porta do trono e isso diz tudo sobre o seu novo estatuto.
Com isso em mente, a lista dos "Big Six" em 2025 merece ser revista:
- Tadej Pogacar
- Jonas Vingegaard
- Remco Evenepoel
- Primoz Roglic
- Mathieu van der Poel
- Mads Pedersen
O nome excluído? Wout van Aert.
Não por desmérito. Van Aert continua a ser um dos atletas mais completos e admirados do pelotão. A sua versatilidade é lendária e o seu impacto nas corridas é inegável. Em 2025, teve um desempenho relevante no Giro, vencendo a etapa do sterratto e desempenhando um papel vital no triunfo de Simon Yates na classificação geral. Na Volta a França, será novamente peça-chave ao serviço de Vingegaard.
Contudo, a elite não se mede apenas por talento ou contribuição coletiva. Mede-se, sobretudo, por conquistas diretas ao mais alto nível. Pedersen, este ano, produziu mais. Mais vitórias. Mais consistência. Mais impacto.
E enquanto Van Aert parece viver um ano mais reservado, talvez por opção estratégica, talvez por gestão física, Pedersen tem aproveitado todas as oportunidades para mostrar que está no seu auge.