"Os ciclistas estão assustados" Tadej Pogacar e Wout van Aert admitem o desconforto com os potenciais protestos no Canadá após os distúrbios na Vuelta

Ciclismo
quinta-feira, 11 setembro 2025 a 18:00
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Tadej Pogacar reconheceu que os ciclistas estão “um pouco assustados” com a possibilidade de protestos perturbarem os GP do Quebeque e de Montréal, competições que marcam o regresso do esloveno à estrada após o quarto triunfo na Volta a França, em julho. As declarações surgem num contexto em que o pelotão ainda sente os ecos da turbulenta Vollta a Espanha de 2025, marcada por incidentes de segurança e pela neutralização de etapas devido a manifestações pró-palestinianas.
“Acho que todos os ciclistas estão um pouco assustados com o que pode acontecer”, admitiu Pogacar no Quebeque, na antevisão da corrida desta sexta-feira. “Andamos a toda a velocidade, damos o nosso melhor. Não falamos sobre isso, especialmente no pelotão, mas entre companheiros de equipa. Quando vemos o que se passou na Vuelta, pensamos que pode acontecer aqui ou noutras corridas até ao final da época.”

Sombras da Vuelta

A corrida espanhola está a ser constantemente interrompida por protestos dirigidos à Israel - Premier Tech, com manifestantes a invadir as estradas, provocando atrasos e mudanças ao percurso. O equilíbrio entre liberdade de expressão e segurança dos corredores voltou a estar no centro do debate, levantando preocupações sobre a proteção do pelotão nas competições.
Embora no Canadá ainda não se tenham registado incidentes, a memória da Vuelta deixa cicatrizes psicológicas no pelotão. O receio de que episódios semelhantes possam repetir-se no Quebeque, Montréal ou em outras provas até ao fim da temporada tornou-se tema recorrente entre as equipas, mesmo que raramente seja discutido em público.

Van Aert partilha inquietações

Wout van Aert, também presente em Quebeque, fez eco das palavras do esloveno. “Nesta altura, muitos ciclistas estão preocupados com estas manifestações, mas também com o que está a acontecer no mundo. Não estou realmente a par do que se passa aqui no Canadá. Espero que tenhamos uma grande corrida e algumas horas de entretenimento para todos.”
As suas declarações refletem uma tensão constante: os ciclistas querem concentrar-se no desempenho e no espetáculo, mas não conseguem ignorar o clima de insegurança que paira desde Espanha.

Um pelotão em alerta

Para Pogacar e Van Aert, a preocupação não é de ordem política, mas sim prática: a segurança em corrida. A velocidades do World Tour, qualquer obstáculo inesperado transforma-se num risco sério, não apenas para quem está na frente mas para todos.
O ciclismo já conviveu com protestos antes - desde movimentos independentistas bascos na Volta a França até manifestações ambientais recentes - mas a persistência e a natureza direcionada das perturbações na Vuelta de 2025 marcaram o pelotão de forma inédita.
Como resumiu Pogacar: “Andamos a toda a velocidade, damos o nosso melhor. Este é um problema novo que nos pode acontecer.”
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