"Os Emirates não estão a fazer boa figura como equipa" Antigo ciclista diz que a Emirates falhou a Pogacar no Ventoux

Ciclismo
quarta-feira, 23 julho 2025 a 12:12
TadejPogacar
Ned Boulting e David Millar não esconderam o entusiasmo ao comentar um dos dias mais intensos da Volta a França 2025. Com uma fuga de grande dimensão, o colapso de um dos ciclistas do top-10 e a habitual confusão no Mont Ventoux, a dupla britânica tentou enquadrar uma etapa que correspondeu ao hype. "Hoje era um dia que eu sei que muita gente estava à espera e não desiludiu", disse Boulting.
Millar, que pedalou pelo Ventoux na manhã da etapa para absorver o ambiente, confirmou a enchente nas bermas. "Tive de parar no fundo durante cinco minutos. Estava a transbordar", relatou. "A descida foi bem divertida, não tanto a subida".
Enquanto os adeptos vibravam na estrada, o drama tomava conta dos bastidores. Daniel Friebe reportou que Tobias Johannessen, então entre os dez primeiros da geral, foi levado ao camião médico após cruzar a meta em sofrimento. "Ele tinha um grande sorriso no rosto, embrulhado em papel de alumínio numa maca", contou Friebe, adiantando que o norueguês seguiu para o hospital para exames. A sua participação na etapa seguinte é incerta.
Vingegaard, por sua vez, chocou com um fotógrafo na meta, mas escapou apenas com algumas nódoas negras e um sinal positivo. Um resumo perfeito de um dia intenso para a Visma. "A Team Visma | Lease a Bike foi fantástica", elogiou Millar. "Uma corrida de manual, de facto. Estão a começar a redimir-se de algumas das críticas que receberam no início da corrida".
O mesmo já não se pode dizer da UAE Team Emirates - XRG. "Hoje foi revelador que os Emirates não estão a fazer boa figura como equipa", criticou Boulting. "Usaram o Nils Politt, mas seguraram o Tim Wellens. Acho que o Pogacar talvez não estivesse 100% confiante".
Apesar de Marc Soler e Pavel Sivakov estarem na frente da corrida, a equipa não conseguiu tirar partido da situação. "Bom no papel, mas não na prática", resumiu Millar.
A vitória sorriu a Valentin Paret-Peintre, que bateu Ben Healy no sprint final no topo do Ventoux, oferecendo à França a sua primeira vitória neste Tour. "Vimos Healy e ele a atacarem-se um ao outro, mas a velocidade a que Paret-Peintre regressou era evidente que ele tinha o melhor kick", comentou Millar. "Ele fez uma prova fantástica".
O próprio vencedor reconheceu o impacto emocional do triunfo para uma equipa que enfrentou dificuldades recentes. "Nos últimos dias, passámos por uma pequena tempestade, acho eu. E agora o sol brilha de novo", afirmou, numa referência à saída prematura de Remco Evenepoel. "É fantástico para mim e para a equipa ganhar mais uma etapa, já são quatro neste Tour".
A Sudal - Quick-Step, longe dos grandes focos, está a assinar uma campanha sólida: duas vitórias ao sprint, um contrarrelógio individual e agora um triunfo numa fuga no Ventoux. "No silêncio, fizeram um Tour brilhante", sublinhou Boulting.
A dupla também destacou o carácter imprevisível desta edição da corrida. "Foi como um jogo de vídeo", brincou Boulting, ao comentar a entrada de Ilan Van Wilder no quilómetro final. "Pensámos que ele estava a 15 minutos atrás, e depois bum, a potência extra desbloqueou".
Na luta pela geral, as diferenças foram mínimas. Pogacar ganhou dois segundos a Vingegaard, enquanto Roglic aproximou-se ainda mais do quarto lugar de Oscar Onley. "Onley vai ter de continuar a olhar por cima do ombro", alertou Boulting. "Roglic está apenas a subir na classificação".
Já Ben Healy voltou a superar Carlos Rodriguez na disputa pelas posições finais do top-10. Mas, nas palavras diretas de Boulting: "É tudo".
Quanto ao que aí vem, espera-se uma jornada para os sprinters, ainda que com cautela. "Deverá ser um sprint de grupo", antecipou Boulting. "Mas vai estar vento outra vez... somos muito maus a prever o futuro".
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