"Ele está a aprender a jogar o jogo" Armstrong, Wiggins e Hincapie rejeitam a ideia que Pogacar tenha sentido dificuldades no Mont Ventoux

Ciclismo
quarta-feira, 23 julho 2025 a 11:00
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Valentin Paret-Peintre pode ter conquistado a vitória da etapa, mas a batalha entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard no Mont Ventoux voltou a dominar as atenções. No mais recente episódio do podcast TheMove, Lance Armstrong, George Hincapie e Bradley Wiggins analisaram a 16ª etapa, com opiniões divididas sobre o que realmente se passou na mítica montanha.
A festa foi francesa com a primeira vitória da casa nesta edição da Volta a França, graças ao sprint final de Paret-Peintre sobre Ben Healy no topo das antenas. Enric Mas, que desencadeou o ataque decisivo logo no início, parecia encaminhado para a vitória, mas acabou por ceder nos metros finais. A prestação do espanhol levou Armstrong a refletir sobre o ciclismo ibérico. "Teria sido a primeira vitória de uma equipa espanhola nas grandes voltas em 2025", disse. "São coisas que há 20, 30, 40 ou 50 anos atrás nunca se imaginaria dizer".
A dureza da subida impressionou todos. "Penso que é a subida mais difícil da Volta a França", afirmou Armstrong. "É uma montanha muito grande que aparece de repente no meio do nada. Durante alguns momentos muito quentes, parecia que Enric Mas podia ter vencido. Ele podia tê-lo feito".
Contudo, foi o duelo entre os dois principais candidatos à geral que captou o foco dos comentadores. Todos concordaram que Vingegaard realizou uma das suas melhores performances desde o início do Tour. "Não foi mau de todo", comentou Armstrong. "A equipa dele também foi excecional. Ele tinha colegas na fuga. Teve ajuda ao longo do percurso. O miúdo está a tentar".
A Team Visma | Lease a Bike jogou tudo o que tinha com Simon Yates, Sepp Kuss, Wout van Aert, Victor Campenaerts e Tiesj Benoot, numa tentativa clara de quebrar Pogacar. O Campeão do Mundo resistiu ao assalto… embora com um pequeno susto.
Wiggins destacou um instante em que o esloveno pareceu em dificuldades. "Por um momento pareceu que Pogacar estava a sofrer um pouco durante a sua primeira aceleração", disse. "Ficámos um pouco excitados, mas depois disso o Tadej parecia estar a sentir-se cada vez melhor à medida que a subida avançava e não questionámos isso. Mas acho que foi uma das melhores etapas do Jonas".
Hincapie viu na subida de Vingegaard uma afirmação de força, sobretudo depois de dias difíceis. "Não nos podemos esconder no Mont Ventoux", frisou. "Vingegaard disse durante o dia de descanso que o tempo perdido veio de dois dias maus. Ele sabe como ter um bom desempenho e provou-o durante a subida. Esteve mesmo ao lado de Pogacar na subida mais difícil da Volta a França sem se esconder. Pensámos que o Pogacar estava a sofrer de alguma coisa".
E daí surgiu a dúvida que marcou o episódio: Pogacar vacilou mesmo ou estava apenas a fazer bluff?
Armstrong foi direto. Para ele, não houve qualquer sinal de fraqueza do camisola amarela. "Pogacar tem 26 anos, está a aprender o jogo", afirmou. "Todos nós também já caímos nesta, tipo, olhem para a cara dele, está com dores. Se olharmos cinco segundos antes, ele tinha apanhado a roda do Jonas sentado. Ele está a aprender a jogar o jogo. Mesmo com a imprensa, o que eu adoro. Ele não deixa que o manipulem como querem, responde-lhes na mesma moeda. Tem 26 anos, está a ficar com comichão".
A conclusão? Vingegaard deu tudo o que tinha… mas não foi suficiente. Esteja Pogacar a gerir o esforço, a lançar jogos mentais ou simplesmente a ceder uns segundos, continua com a Volta firmemente nas mãos.
O dinamarquês já bateu Pogacar no Ventoux e no Hautacam em edições anteriores. Em 2025, o esloveno venceu nas duas. Resta apenas uma subida onde Vingegaard triunfou sobre o rival: o Col de la Loze. Será esse o cenário da desforra ou da última cartada?
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