Rubén Plaza voltou a uma corrida que lhe deixou boas memórias. O antigo ciclista espanhol, agora diretor desportivo da
Israel - Premier Tech Academy, admitiu à agência Lusa que fez "de tudo" para regressar à
Volta a Portugal, onde guarda recordações especiais das duas épocas que passou no pelotão nacional.
Plaza representou o Benfica em 2008 e a Liberty Seguros em 2009, tendo terminado a Volta em terceiro lugar em ambas as temporadas. "Para mim, é sempre uma boa notícia voltar a Portugal, seja para competir ou de férias. Tenho recordações muito boas deste país, dos anos que corri aqui, em 2008 e 2009. Depois, regressei com a Israel -Premier Tech, estivemos em Torres Vedras [no Grande Prémio Joaquim Agostinho] e também na Volta a Portugal [em 2021]. Este ano, com esta equipa, fizemos a
Volta ao Alentejo", recordou.
Ao longo desses dois anos, acumulou momentos marcantes, especialmente na passagem pelo Benfica. "Era difícil inclusive movermo-nos, tal era a quantidade de adeptos a apoiar a equipa. Recordo-me de dias em que para ir à assinatura do livro de ponto quase precisávamos de escolta", comentou, entre sorrisos.
Plaza admite que essas épocas em Portugal o ajudaram a relançar a carreira, depois de passagens pela Banesto, Comunidad Valenciana e Caisse d’Epargne. O regresso ao pelotão nacional serviu de trampolim para voltar ao primeiro nível, voltando à Caisse d’Epargne, antecessora da
Movistar Team, e participando em mais 12 grandes Voltas, incluindo o Tour, onde venceu uma etapa em 2015. Na Vuelta, conquistou duas. "É como te digo: só tenho boas memórias tanto a nível desportivo, como pessoal. Fiz muitos bons amigos aqui, que ainda cá estão. Alguns antigos corredores estão aqui como diretores, ou envolvidos na corrida de alguma maneira. Neste mundo, todos acabamos por nos conhecer e é uma alegria voltarmos a encontrar-nos", partilhou com a Lusa.
Agora com funções técnicas, Rubén Plaza integra desde 2019 a estrutura da equipa israelita e sublinha o “carinho enorme” que tem pela Volta. "Fiz de tudo para poder estar na 86ª Volta a Portugal e mostrar a prova aos ciclistas, ao staff e, evidentemente, tentar fazer uma boa figura aqui", afirmou.
Sobre os objetivos da formação de desenvolvimento da Israel-Premier Tech, que tem nesta corrida uma das suas principais aparições do ano, Plaza mostra-se realista, mas otimista. "Viemos cá com uma equipa bem preparada, com vontade de fazer uma boa corrida e de desfrutar dela. É complicado avaliar até que vejamos como é. Também não temos muitas referências de correr com as equipas portuguesas, mas, de acordo com o que temos estudado, podemos fazer uma boa geral com algum corredor e temos sérias opções de ganhar uma etapa", antevê.
No prólogo da Maia, a equipa esteve perto de começar com um triunfo. O belga Jens Verbrugghe foi terceiro, a quatro segundos de Rafael Reis, que conquistou a camisola amarela. Verbrugghe lidera também a classificação da juventude, enquanto a equipa é segunda na classificação por equipas.
Plaza mostra-se satisfeito com o arranque, mas quer aproveitar a Volta para perceber se o ambiente mantém a mesma chama de outros tempos. "Tenho vontade de ver o ambiente. Recordo a prova com muitíssimo público e disseram-me que nestes últimos anos a audiência diminuiu um pouquinho, mas vamos ver. Acaba por ser um acontecimento importante em Portugal, e para as equipas portuguesas é a corrida do ano", concluiu.
Créditos da foto: Agência Lusa