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Soudal - Quick-Step é uma equipa que, ao longo do tempo, acolheu muitos dos melhores sprinters do mundo.
Paul Magnier encaixa na perfeição no que a equipa quer e precisa, mas na hierarquia fica atrás de Tim Merlier e o jovem francês tem plena consciência disso. Por isso, não encarará 2026 com a esperança de se estrear já na
Volta a França.
Para um ciclista francês, é obviamente uma grande fonte de motivação. “Claro. Sim, sim, fala-me definitivamente ao coração. Mas no próximo ano ainda não”, confirmou Magnier à FranceTV. “É uma corrida incrivelmente difícil, com uma enorme pressão. Pressão mediática, desportiva, dos patrocinadores. É muito duro. É a corrida mais difícil do mundo.”
Magnier, de todo o modo, está preparado. Há vários argumentos que o justificam. Vai entrar na sua terceira época como profissional, conta 24 vitórias (19 delas conquistadas este ano) e cumpriu já um calendário extenso no World Tour, incluindo a estreia em Grandes Voltas no Giro. Magnier não é apenas um sprinter forte, é também um puncheur muito potente, capaz de lidar melhor do que a média dos sprinters com as clássicas onduladas e com os empedrados. Mas a Quick-Step, especialmente agora após a saída de Remco Evenepoel, é uma equipa que quer apostar todas as fichas nos sprinters. E Tim Merlier é o chefe de fila.
Magnier foi um dos corredores mais vitoriosos em 2025.
Além disso, Merlier deu à equipa todas as razões para depositar nele a sua confiança, ao vencer duas etapas no Tour deste ano, para lá de inúmeras outras vitórias de alto nível ao longo da temporada. Magnier ainda não pode disputar essa posição com o corredor de 33 anos. Isso significa provavelmente que, pelo menos na primeira metade da época, Magnier seguirá um calendário semelhante a 2025, com as clássicas da primavera e um provável regresso ao Giro – ou talvez um foco na Vuelta, com Alberto Dainese a liderar a equipa em Itália.
Mas o Tour estará um dia no seu calendário e, para um corredor da sua idade e qualidade, reconhece que não precisa de apressar o processo. “No dia em que me sentir pronto estarei lá. Vestir a camisola amarela seria uma sensação impossível de descrever, indescritível. E adoraria senti-la um dia”.