Antevisão, favoritos, perfil e percurso do Campeonato da Europa de estrada de elites masculinos 2025

Ciclismo
sábado, 04 outubro 2025 a 19:29
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A corrida de estrada masculina de elites do Campeonato da Europa terá lugar no domingo, 5 de outubro, em Drôme-Ardèche (França). A prova arranca às 10h45 e deverá terminar por volta das 16h00, reunindo alguns dos melhores trepadores do pelotão internacional num percurso exigente de 202,5 quilómetros entre Privas e Guilherand-Granges.

O percurso: 202,5 km de dureza acumulada

O percurso é talhado para trepadores, com desnível acumulado próximo dos 3500 metros. Logo após a partida em Privas, uma subida de 4 quilómetros poderá lançar a fuga inicial, útil para equipas interessadas em colocar pressão desde cedo.
Os ciclistas percorrem três voltas num primeiro circuito exigente, que inclui a subida para Saint Romain de Lerps (7 km a 7,2%) seguida do muro de Val d’Enfer (1,5 km a 10%). Este combo será repetido três vezes e responsável pela maior parte da dureza da jornada.
Na segunda metade da prova, o pelotão entra num novo circuito, desta vez centrado numa subida mais curta e explosiva, repetida a 57, 40, 23 e 6 quilómetros da meta. Após o topo, uma pequena rampa de 500 metros pode ser terreno para ataques decisivos antes da descida para Guilherand-Granges.
Os últimos 3 quilómetros são planos, mas dada a sequência de subidas duras, espera-se que apenas um grupo reduzido chegue a disputar a vitória.

Perfil: Privas - Guilherand-Granges

Privas - Guilherand-Granges, 202,5 quilómetros
Privas - Guilherand-Granges, 202,5 quilómetros

Favoritos e estrelas em destaque

O pelotão contará com nomes sonantes como Tadej Pogacar, Remco Evenepoel, Jonas Vingegaard e João Almeida, todos à procura de um título que ainda lhes falta no palmarés.
Pogacar surge como principal favorito, numa temporada em que já somou mais um título mundial e procura agora vestir a camisola de campeão europeu pela primeira vez. O esloveno não terá ao seu lado Primoz Roglic, que estará concentrado nas clássicas de outono em Itália, o que poderá reduzir a força coletiva da Eslovénia.
Evenepoel, campeão do mundo de contrarrelógio, também procura acrescentar ao seu registo uma camisola europeia que lhe escapa. Depois de Tim Merlier ter conquistado o título em 2024, caberá ao belga tentar manter a hegemonia do seu país.
Jonas Vingegaard, vencedor da Volta a Espanha, chega em grande forma e tentará impor-se novamente contra os rivais que o desafiaram ao longo da época. Do lado português, João Almeida lidera a seleção nacional, pronto para dar seguimento ao duelo com Vingegaard e tentar um resultado de destaque.

Expectativas

Com o perfil selectivo mas não exclusivamente montanhoso, a corrida poderá ser decidida tanto por trepadores puros como por punchers capazes de resistir às rampas mais exigentes. A ausência de longas viagens e a preparação específica para o Europeu tornam esta prova uma versão “aperfeiçoada” do Campeonato do Mundo, com vários candidatos em excelente forma.
Tudo aponta para um espetáculo de alto nível, em que Pogacar, Evenepoel, Vingegaard e Almeida surgem como protagonistas de um dos duelos mais aguardados da temporada.

Favoritos para a corrida

Tadej Pogacar - É o homem a bater, independentemente da forma em que os restantes cheguem à prova. O esloveno é atualmente o trepador e puncheur mais forte do pelotão e em Kigali voltou a dar uma lição para conquistar a camisola arco-íris. A Eslovénia apresenta-se sem Primoz Roglic e sem um coletivo de peso, mas isso em nada o travou no Ruanda, onde fez a corrida sozinho e neutralizou qualquer movimento perigoso. Aqui pode perfeitamente repetir a receita: se não for deixado para trás, todos os outros terão dificuldades em sonhar com a vitória.
Remco Evenepoel - A Bélgica chega reforçada com o regresso de Tiesj Benoot e Maxim van Gils, ciclistas capazes de brilhar neste terreno. Ainda assim, perante Pogacar e Jonas Vingegaard, será sempre uma questão de pernas. No Mundial, Evenepoel mostrou qualidade apesar das fragilidades psicológicas. Este não é um percurso ideal para ataques longos e a solo, mas se conseguir subir ao nível dos melhores e tiver capacidade para disputar um sprint reduzido, pode ser o principal rival do esloveno.
Jonas Vingegaard e Mattias Skjelmose - A Dinamarca não conta com Mads Pedersen, mas apresenta-se com uma dupla de luxo. Skjelmose está em excelente forma e este tipo de subidas encaixa perfeitamente no seu perfil. Recorde-se que já bateu Pogacar e Evenepoel na Amstel Gold Race, pelo que acredita poder repetir a façanha. Vingegaard regressa às corridas após a Volta a Espanha e, embora não tenha grande experiência em corridas de um dia, já venceu nesta região e conhece bem o terreno. Se tiver as pernas certas, pode seguir os melhores até ao final.
Juan Ayuso - O espanhol é ainda uma incógnita, mas também um talento extraordinário. Foi o único a seguir Pogacar no Monte Kigali e isso é um sinal claro de forma e ambição. Aqui não terá as rampas ultra-ingremes nem a mesma dureza em termos de resistência, o que pode jogar a seu favor. Quer afirmar-se frente aos melhores e será, sem dúvida, um candidato a medalha.
João Almeida - A forma é incerta após o abandono no contrarrelógio, mas nunca pode ser descartado. O percurso não é o ideal para as suas características, mas se tiver boas pernas pode estar presente nos momentos decisivos. Almeida tem ainda a vantagem de não ser o foco dos “três grandes” e poderá aproveitar alguma liberdade para atacar. A amizade com Pogacar pode, em determinadas circunstâncias, permitir-lhe alguma liberdade de movimentos.
França - A correr em casa, a seleção francesa apresenta uma equipa fortíssima. Romain Grégoire é a principal aposta, rápido e explosivo, podendo surpreender se estiver no seu melhor dia. Para além dele, os gauleses contam com Pavel Sivakov, Paul Seixas, Alex Baudin, Nicolas Prodhomme e os irmãos Aurélien e Valentin Paret-Peintre. A profundidade do conjunto pode ser uma vantagem tática, mas só se conseguirem atacar desde cedo e partir a corrida.
Itália - Os italianos alinham apenas com cinco ciclistas, mas quatro deles são sérios candidatos. Diego Ulissi traz experiência, Christian Scaroni acrescenta explosividade, Alberto Bettiol a resistência e Marco Frigo as qualidades de contrarrelogista. Com este nível de adversários, terão de arriscar em ataques de longe e procurar surpreender para entrar na luta pelas medalhas.
Outsiders - Entre os nomes que podem mexer com a corrida, destacam-se Jan Christen, Mauro Schmid, Mathias Vacek e Toms Skujins. Puncheurs e ciclistas de clássicas, têm capacidade para se intrometer nas movimentações decisivas, ainda que acompanhar Pogacar, Evenepoel e Vingegaard seja um desafio de outra dimensão.

Previsão do Campeonato da Europa de Elites Masculinos 2025: 

*** Tadej Pogacar
** Remco Evenepoel, Romain Grégoire, Jonas Vingegaard, Juan Ayuso, Mattias Skjelmose
* João Almeida, Maxim van Gils, Nicolas Prodhomme, Pavel Sivakov, Christian Scaroni, Alberto Bettiol, Jan Christen, Toms Skujins, Mathias Vacek
Escolha: Tadej Pogacar
Cenário previsto: Sprint num grupo reduzido.
Original: Rúben Silva
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