“Ele próprio admitiu que não deveria ter parado” Treinador belga fala do momento polémico da dupla troca de bicicletas de Evenepoel

Ciclismo
segunda-feira, 29 setembro 2025 a 22:00
Remco Evenepoel
Remco Evenepoel partia como um dos grandes favoritos para vencer a corrida de estrada do Campeonato do Mundo no Ruanda, sobretudo depois da sua prestação dominante no contrarrelógio, onde conquistou o ouro e chegou mesmo a ultrapassar Tadej Pogacar. No entanto, depois de parar por duas vezes para trocar de bicicleta, tornou-se evidente que as hipóteses do belga em conquistar o título mundial tinham diminuído.
Mesmo assim, conseguiu terminar na segunda posição, um resultado agridoce pela forma como tudo se desenrolou. “Obviamente, o resultado final é o que mais me marca. Se tivéssemos começado com a prata na corrida de estrada e só depois conquistássemos o ouro e o bronze no contrarrelógio, a sensação poderia ter sido diferente. Mas estamos felizes com as três medalhas”, afirmou o selecionador belga Serge Pauwels ao Het Laatste Nieuws.
O técnico felicitou Pogacar pelo seu segundo título mundial consecutivo, mas não escondeu a frustração pelos contratempos antes e durante a prova, defendendo que a Bélgica poderia ter tido mais opções para lutar pelo ouro. “O ciclista mais forte ganhou. Mas em condições ideais, talvez tivéssemos tido uma ligeira vantagem. Tivemos algum azar, o Ilan Van Wilder abandonou, o Tiesj Benoot não estava presente...”.

A controvérsia da troca de bicicletas

A dupla troca de bicicletas tornou-se o grande tema de conversa após a prova. Evenepoel queixou-se de que o selim ficou inclinado depois de bater num buraco, pedindo uma mudança não uma, mas duas vezes. No final, os mecânicos belgas revelaram que não detetaram qualquer problema na segunda bicicleta e o próprio Evenepoel acabou por admitir que se precipitou ao pedir uma nova.
“Falei brevemente com o Remco ao pequeno-almoço e ele próprio disse que não deveria ter parado. Mas claro, foi uma decisão impulsiva, na sua própria bolha e sem muita informação. Não é tão simples como ver a corrida na televisão.”
Pauwels destacou também que o circuito de Kigali favoreceu o ciclista esloveno, que é melhor trepador do que Evenepoel. “O Remco também achou o percurso muito difícil, talvez um pouco demais. Não que tenha sido a corrida mais dura em que já participou, mas ainda assim. Quando olho para como eram os Campeonatos do Mundo há dez anos, parece uma modalidade diferente. Por causa de ciclistas como Pogacar e Remco, que tornam a corrida dura de longe.”
Após uma semana de sucesso no Ruanda, onde Evenepoel conquistou uma medalha de ouro e uma de prata, enquanto Van Wilder arrecadou um bronze, a seleção belga já aponta ao Campeonato da Europa, que decorrerá já esta semana. “O tempo de recuperação é curto, mas a pressão para o contrarrelógio não é tão grande. O Remco está relaxado, mas continua com fome de vitórias. Ele já está ansioso pela corrida de estrada”, concluiu Pauwels.
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