As Clássicas da primavera de 2025 chegam ao fim este domingo com a
Liege-Bastogne-Liege, e o aguardado duelo entre Tadej Pogacar e
Remco Evenepoel promete ser o ponto alto da "Doyenne". Para
Philippe Gilbert, vencedor da corrida em 2011, o belga da Soudal – Quick-Step tem todas as condições para não só ombrear com o campeão do mundo, como também superá-lo.
“Pogacar é sempre difícil de bater, sobretudo neste tipo de percurso. Mas o Remco está em grande forma - já o mostrou na Brabantse Pijl e na Amstel Gold Race”, começou por analisar o antigo campeão mundial de estrada, agora com 42 anos, numa antevisão publicada pela Sporza. “Mesmo com uma prestação menos conseguida na Flèche Wallonne, em grande parte devido ao frio, a Liege-Bastogne-Liege adequa-se muito melhor às características dele".
Evenepoel venceu esta Clássica por duas vezes consecutivas, em 2022 e 2023, enquanto Pogacar triunfou em 2021 e regressou às vitórias em 2024. Com base na forma atual e no historial recente, o esloveno da UAE Team Emirates - XRG parte como principal favorito, mas Gilbert sublinha que o duelo está longe de estar decidido à partida.
"Se o Remco conseguir aguentar o Pogacar nas subidas e chegarem juntos ao final, então tudo pode acontecer. O Remco pode vencê-lo ao sprint", reforça. Apesar de Pogacar ter levado a melhor no sprint entre ambos na Amstel, Gilbert acredita que o belga não mostrou ainda todo o seu potencial nessa situação. "Na Amstel, o Pogacar foi segundo, mas se o Skjelmose não estivesse lá, talvez fosse o Remco a ganhar-lhe".
Gilbert defende também que a equipa belga não deve tentar endurecer a corrida em demasia. “O Remco gosta de corridas difíceis, mas não precisa necessariamente de as tornar ainda mais exigentes. Deixem isso para os Emirates. Assim, pode guardar mais apoio para o momento decisivo".
O antigo corredor termina com um conselho estratégico: “Se o Remco ainda tiver um colega de equipa com ele na Roche-aux-Faucons, isso será uma enorme vantagem. Não só moralmente, mas também em termos de posicionamento. E numa corrida como a Liège, isso pode fazer toda a diferença".