"Pneus largos, pressão muito baixa" - Como Wout van Aert preparou a bicicleta para bater Tadej Pogacar na Volta a França

A vitória na Volta a França foi o ponto alto da temporada 2025 de Wout van Aert, um triunfo que salvou a sua corrida, ofereceu um final perfeito à Team Visma | Lease a Bike e mostrou que continua entre a elite do pelotão. Agora explica como a afinação da bicicleta teve um papel decisivo para largar e bater Tadej Pogacar.

“Arrisquei bastante, mas não senti isso. Senti que estava tudo sob controlo”, exprimiu no podcast Inside the Beehive da Visma. O dia em Paris foi chuvoso e isso levou à neutralização dos tempos. Não haveria luta pela classificação geral, mas vencer em Paris, com o camisola amarela, seria um feito para emoldurar por Tadej Pogacar.

Por isso mesmo, o líder da corrida esteve presente e entre os melhores quando a chuva começou a fracionar o pelotão. Na última volta restavam poucos corredores e Pogacar acelerou na subida final para Montmartre, mas van Aert tinha mais uma mudança. Depois fez o final a solo, resistindo ao grupo perseguidor. “Não acontece muitas vezes chegar sozinho aos Campos Elísios”.

Para o conseguir, o belga tirou partido da sua mestria em cima da bicicleta, sendo um especialista de ciclocrosse e clássicas do empedrado. Sabia até onde podia levar o material para extrair cada vantagem possível sobre o corredor da UAE Team Emirates - XRG, e resultou. “Joguei: pneus largos, pressão muito baixa. Tive a configuração perfeita para o final”, recorda.

Van Aert entra em 2026 mais relaxado após algum tempo de descanso, incluindo uma viagem aos EUA. Teve um inverno regular, sem ter de recuperar de uma lesão grave como em 2024, e vai iniciar a sua campanha de ciclocrosse este sábado em Antuérpia.

“Mentalmente foi um inverno muito melhor, em que tive realmente tempo para relaxar e aproveitar um pouco a vida”, afirma. Esteve presente no recente estágio da Visma e, em meados de janeiro, falará à comunicação social para revelar objetivos, calendário e mais detalhes.

Revisita também a etapa de ‘mini Strade Bianche’, que venceu à frente de Isaac del Toro na Volta a Itália. “Nunca pensei que teria hipótese de ganhar essa etapa, especialmente não a partir do grupo da geral. Estava completamente de rastos, mas continuei a acreditar que podia ter uma oportunidade. A minha experiência e a minha mentalidade vencedora apareceram nos últimos quilómetros”.