Simone Petilli anunciou que vai retirar-se do ciclismo profissional no final da época, escolhendo a
Volta à Lombardia como a sua última corrida. O italiano de 32 anos revelou a decisão através do Instagram, recebendo de imediato uma onda de homenagens vindas de todo o pelotão, incluindo uma mensagem sentida do campeão mundial
Tadej Pogacar.
A despedida de Petilli surge apenas uma semana depois de ter sido derrubado por um manifestante durante a Volta a Espanha 2025, episódio que momentaneamente o colocou no centro das atenções. "Compreendo que esta não é uma situação fácil, mas ontem caí por causa de um protesto na estrada", recordou então. "Somos apenas ciclistas a fazer o nosso trabalho, mas se isto continuar, sentimo-nos inseguros. Só queremos correr!"
Uma declaração com tom diferente
No anúncio da sua retirada, o tom foi de gratidão e balanço de uma carreira vivida intensamente.
"Fiz aquilo com que sonhava em criança: viajei pelo mundo de bicicleta, corri contra os campeões que via na televisão e tentei imitá-los, pedalando o mais forte que podia e subindo todas as colinas que encontrava. Quando era rapaz, o objetivo era tornar-me profissional e consegui. Sem sequer me aperceber, transformei o meu trabalho na minha paixão, aprendendo e experimentando coisas que muito poucos fazem".
Simone Petilli durante o Giro
Memórias do Giro e uma carreira discreta mas sólida
Formado nas equipas continentais italianas, Petilli ascendeu ao World Tour pela UAE Team Emirates, antes de consolidar a sua carreira com seis épocas na
Intermarché - Wanty. Apesar de nunca ter conquistado vitórias no escalão máximo, venceu a Ronde de l’Isard como sub-23 e deixou a sua marca em várias corridas por etapas.
A Volta a Itália foi, porém, a prova que mais marcou a sua trajetória. "O Giro realiza-se todos os meses de maio em Itália e tive a honra de o correr cinco vezes. Sonhar com a Camisola Rosa, com uma vitória numa etapa ou apenas com o cruzamento da meta, essas memórias ficarão comigo para sempre".
Petilli não deixou de falar das exigências que moldaram a sua vida de profissional: "Três semanas de corrida, treinar todos os dias, viajar constantemente, pesar todas as refeições, cuidar do corpo enquanto o esforçamos até ao limite. Correr à chuva, ao frio ou a 40 graus sob um sol escaldante. Mas diverti-me. Fiz tudo o que queria, ou quase tudo".
Homenagens vindas de todo o pelotão
A publicação do italiano foi rapidamente inundada de mensagens de amigos, colegas e rivais. Pogacar deixou uma nota simples mas emotiva: "Obrigado Simone". O companheiro de equipa na Intermarché, Gerben Thijssen, acrescentou: "És fantástico, muito obrigado".
Também Matej Mohorič o felicitou pela carreira, desejando-lhe um futuro "menos cansativo2, enquanto Rui Costa deixou palavras de agradecimento. Arne Marit destacou a sua positividade ao longo das três épocas que partilharam, e Fabio Aru resumiu: "Obrigado Simone, parabéns por tudo".
Última dança no Monumento de casa
Petilli confirmou que o adeus acontecerá na clássica que sempre considerou especial, a Volta à Lombardia, disputada na sua região natal. "Agora é altura de devolver ao ciclismo o que ele me deu. A minha última grande volta já passou, mas vou despedir-me na Lombardia. Vemo-nos lá".