Pogacar vence na Flandres, mas arranque da corrida fica marcado por polémica com a Arkéa

Ciclismo
terça-feira, 08 abril 2025 a 9:28
tadejpogacar

Tadej Pogacar somou hoje a sua segunda vitória na Volta à Flandres, coroando uma exibição absolutamente dominante nas estradas flamengas. Depois de ter sido batido por Mathieu van der Poel na Milan-Sanremo, o esloveno da UAE Team Emirates - XRG vingou-se da melhor forma, com uma performance que o volta a colocar no topo das clássicas de primavera.

No entanto, antes mesmo das grandes decisões na zona dos bergs, a corrida já dava que falar — e por motivos que pouco têm a ver com tática ou forma física.

Logo nos primeiros quilómetros, a corrida foi sacudida por uma controvérsia invulgar: Pogacar, envergando a Camisola Arco-Íris, parou para uma natural pausa de conforto. Como manda o protocolo não escrito do pelotão, um colega da UAE avançou para o topo do grupo para avisar as restantes equipas — um gesto habitual de cortesia e respeito entre os ciclistas. Contudo, nem todos seguiram esse código de conduta.

De forma surpreendente, vários elementos da Arkéa - B&B Hotels aproveitaram o momento para lançar um ataque e aumentaram subitamente o ritmo, precisamente no momento em que Pogacar se afastava do pelotão. O episódio causou desconforto entre os comentadores e observadores, que apontaram o dedo à quebra do chamado "código de estrada".

“O gregário do campeão do mundo veio à frente para informar que Pogacar iria parar. Todos começaram a desacelerar, mas de repente, com muito pouco fairplay, a Arkéa e mais algumas equipas atacaram em bloco,” descreveu Rob Hatch na transmissão da TNT Sports. “Foi um movimento demasiado organizado para passar despercebido.”

As reações não tardaram. Robbie McEwen, antigo sprinter e agora comentador, resumiu o momento com uma expressão de desagrado: “Nem há palavras. Os olhares entre os ciclistas diziam tudo.”

Já Adam Blythe procurou uma visão mais equilibrada: “Há dois lados. Não estamos numa corrida por etapas, onde há uma camisola amarela a ser respeitada. Mas isto é uma Monumento, e embora não seja uma regra escrita, há um acordo de cavalheiros. Eu, pessoalmente, não teria atacado.”

Apesar do incidente, Pogacar não se deixou abalar. Voltou a integrar o pelotão, controlou os momentos-chave da corrida e, no Oude Kwaremont, fez o que poucos conseguem: lançou um ataque devastador que o isolou rumo à vitória.

No final, o esloveno respondeu na estrada, como sempre prefere fazer. Mas o incidente ficará como nota lateral de uma das mais importantes clássicas do ano — e uma lembrança de que, no ciclismo, nem sempre o jogo é limpo fora dos paralelos.

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