Primoz Roglic com os pés bem assentes no chão à partida da 16ª etapa do Giro: "Vou tentar sobreviver"

Ciclismo
terça-feira, 27 maio 2025 a 11:21
roglic
Depois de uma desastrosa 15.ª etapa na Volta a Itália 2025, Primoz Roglic apresentou-se à partida da 16.ª jornada visivelmente abalado, tanto física como mentalmente. O líder da Red Bull - BORA - hansgrohe sofreu uma queda aparatosa em Monte Grappa, perdeu 90 segundos para os seus principais rivais na classificação geral e caiu para o 10.º lugar da tabela, já a quase quatro minutos da Camisola Rosa, Isaac Del Toro.
Com a última semana da corrida a arrancar hoje, e com uma exigente etapa em direção a San Valentino no horizonte — 203 quilómetros com cinco contagens de montanha, incluindo uma brutal subida final de 17 quilómetros —, as ambições de Roglic sofreram uma reorientação total. Um segundo título na Corsa Rosa parece, agora, fora de alcance.
À partida, em declarações breves à Cycling Pro Net, o esloveno não procurou esconder o estado em que se encontra. Quando questionado sobre o dia de descanso e se sentia recuperado, respondeu com ironia amarga. “Sim, de certeza. Definitivamente melhor do que ontem... O que isso significa, veremos, porque preciso de rodar um pouco para ver se me sinto a 100% ou não.”
Roglic sabe exatamente o que o espera. A 16.ª etapa está longe de ser propícia a contenção de danos. “Acabámos de ver, chuva, dia difícil. Não é o melhor dia para tentar fazer algo nesta etapa.”
Ainda assim, mesmo debilitado e sob condições adversas, mantém-se em prova. “Quero dizer, sim, não me interessa muito o que é ou como é. Mas, como disse, vou tentar. Se vir que o consigo fazer, fá-lo-ei. Caso contrário, cada quilómetro que eu fizer será duro.”
É uma mudança de tom marcante para um ciclista que chegou a Itália como o grande favorito à vitória final. Agora, nem o próprio acredita na luta pelo pódio. “Já não acho que seja realista ganhar a geral,” admitiu. “Estou obviamente a lutar para sobreviver. Como eu disse, hoje vou tentar... Quero dizer, ontem nem sequer consegui andar de bicicleta, por isso, sim, é só ver se consigo pedalar hoje.”
As três quedas sofridas na última semana deixaram marcas profundas. A etapa 15 expôs a extensão das suas limitações. Roglic entra agora na fase mais montanhosa da corrida com incerteza nas pernas e sem ilusões quanto ao que pode alcançar.
Questionado sobre a possibilidade de dar liberdade ao jovem colega Giulio Pellizzari para atacar, Roglic foi perentório: “Com certeza. Ele mostrou que tem pernas para isso. Por isso, com certeza.”
É um momento de viragem na corrida. O veterano que aceita os seus limites e abre espaço para o talento emergente da equipa. Para Roglic, a Volta a Itália 2025 passou de uma busca pela glória a uma luta pela dignidade e pela resistência.
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