Primoz Roglic estará a encarar o Giro como uma preparação para o Tour? E isso não será uma estratégia muito ousada? "Roglic parece estar a treinar"

Ciclismo
sábado, 17 maio 2025 a 15:28
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A vitória de Juan Ayuso na 7ª etapa da Volta a Itália 2025, com um ataque incisivo em Tagliacozzo, não só o aproximou da Maglia Rosa como acendeu os sinais de alerta em torno de Primoz Roglic. O esloveno da Red Bull – BORA – Hansgrohe foi batido e ultrapassado nos metros finais pelo espanhol da UAE Team Emirates – XRG, e a sua prestação foi analisada com desconfiança por alguns observadores. Um deles foi o antigo profissional americano Tom Danielson, que apontou, sem rodeios, para uma suposta falta de intensidade competitiva por parte de Roglic.
"Roglic parece estar a treinar. Estou a dizer isto do sofá e esta é apenas a minha opinião, mas ele parece tão relaxado, e não tão afiado”, escreveu Danielson na rede X (antigo Twitter). “As suas entrevistas são muito ‘às vezes ganhas, às vezes não’, e a sua forma de correr reflete isso - está presente, mas falta qualquer coisa. Parece-me que ele e a Red Bull vieram aqui para se prepararem para o Tour".
Na ótica do ex-vencedor de etapa na Volta a Espanha, a atitude tática e física de Roglic nesta primeira semana sugere que o Giro poderá não ser o principal objetivo da temporada. Embora o esloveno tenha segurado a liderança da geral, a forma como respondeu aos ataques de Bernal e Ciccone foi interpretada como pouco convincente:
"Se observarem os últimos dois quilómetros, verão que ele está constantemente à procura de cobertura no grupo. Tentou acelerar, mas foi ultrapassado. Este tipo de final normalmente encaixa-se no seu perfil. Mas hoje faltou-lhe a ponta final. Está a fazer esforços constantes, sem explosividade".
Em contraste, Danielson não poupou elogios ao desempenho de Ayuso, que conseguiu lançar um sprint fulminante partindo de quinta posição na subida, algo que o americano classificou como "tecnicamente muito difícil de executar".
"Ele tinha claramente mais potência do que os outros. Se tivesse sido lançado por um colega na parte íngreme, penso que ganhava mais 10 segundos".
Contudo, o espanhol também recebeu críticas quanto à forma como se relaciona com a equipa. Danielson destacou uma aparente falta de coordenação entre Ayuso e os seus gregários, particularmente com Rafal Majka:
"Quando Majka puxava na frente, parecia olhar para trás à procura de Ayuso, que nem estava visível. É difícil dar tudo pela equipa quando o nosso líder está ausente, visual e verbalmente. Ayuso vai ter de crescer nesse aspeto".
A leitura final de Danielson sugere um cenário tático que pode beneficiar a UAE se for bem explorado. Roglic, acredita o americano, poderá vencer mesmo sem estar a 100%, mas também pode ser vulnerável se for colocado sob pressão real e coordenada nas próximas etapas.
"Se o principal objetivo da UAE for ganhar o Giro, então eu usaria Del Toro, Yates e McNulty com inteligência. Enviar esses homens nas etapas de transição para forçar a BORA a desgastar-se seria uma jogada obrigatória. A questão é: a UAE quer realmente apostar tudo em Ayuso? O tempo para atacar é agora, não na terceira semana".
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