"Provavelmente será o meu último ano" - Vencedor de Monumento, etapas em grandes voltas e gregário-chave da Team Sky prepara-se para o fim de carreira

Wout Poels indicou que a época de 2026 deverá ser o ato final de uma carreira profissional iniciada em 2009 e que produziu uma combinação rara de excelência como gregário e vitórias de destaque no ciclismo moderno.

Agora com 38 anos, o trepador neerlandês abriu a porta a um último ano assente no prazer, na clareza e no equilíbrio pessoal, em vez da pura pressão de rendimento.

Em declarações à NOS, Poels explicou o raciocínio por detrás do próximo passo e porque se sente preparado para um desfecho diferente para o seu tempo no pelotão.

"É bom pensar em terminar a carreira numa equipa com caráter neerlandês. Têm muita ambição e eu só quero desfrutar de andar de bicicleta durante um ano, conseguir resultados em corridas e acabar com uma boa sensação. Provavelmente será o meu último ano", afirmou.

Poels vai correr em 2026 na Unibet Rose Rockets, aquela que será a sua primeira equipa fora do WorldTour desde 2010. Ao contrário da Astana, este projeto depende de convites para os maiores eventos, mas Poels não exclui a possibilidade de encerrar a carreira no maior palco da modalidade se as circunstâncias o permitirem.

"Sinceramente, já não esperava voltar a participar no Tour, mas se pudesse, seria um grande bónus", disse.

Para lá dos objetivos desportivos, Poels decidiu também mudar-se da Alemanha de volta para os Países Baixos após muitos anos fora.

"Quero voltar a viver perto da minha família. Como atleta, temos uma vida bastante particular. Sempre fiz tudo pelo ciclismo e nunca construí verdadeiramente uma vida social. Como corredor, somos bastante egoístas. Temos de ser para chegar ao topo, mas agora as coisas estão a mudar", explicou, acrescentando que a paternidade em 2022 alterou alguns aspetos da sua perspetiva.

Embora mais conhecido pelo papel de apoio na montanha na Team Sky durante o período de domínio nas Grandes Voltas, Poels também somou vitórias de altíssimo calibre, com destaque para a Liège-Bastogne-Liège em 2016 e triunfos em etapas na Volta a França e na Volta a Espanha, além de sucessos em várias grandes voltas por etapas.

Assim, o próximo ano poderá funcionar não apenas como despedida, mas como a oportunidade de escolher o tom, o ambiente e o significado dessa despedida, algo que muito poucos profissionais de longa carreira conseguem assegurar.