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Cofidis atravessou a
Volta a França deste ano praticamente despercebida e sem resultados para celebrar. A formação francesa não conseguiu uma única vitória em etapa, esteve ausente das principais lutas por qualquer classificação e arrecadou apenas 15.510 euros em prémios, cerca de 2,2% do valor conquistado pela dominante UAE Team Emirates - XRG. A maior notoriedade fora da corrida surgiu por motivos indesejados: o roubo de 11 bicicletas, avaliadas em cerca de 143.000 euros, durante a primeira semana.
Dentro da competição, o momento de maior destaque acabou por ser o envolvimento de Bryan Coquard numa queda que forçou Jasper Philipsen a abandonar. “Tivemos dificuldades em encontrar o nosso ritmo e estivemos muitas vezes ausentes nas etapas decisivas”, reconheceu o diretor desportivo
Cédric Vasseur à DirectVelo. “Encontrámos algum alento nos Campos Elísios, com Dylan Teuns e Alex Aranburu a mostrarem-se, mas foi uma edição difícil. Teremos de dar um passo atrás para entender as razões do desaparecimento dos nossos líderes.”
O melhor classificado da equipa foi Emanuel Buchmann, apenas 30.º na geral, um contraste gritante com o rendimento mostrado no Critérium du Dauphiné. “Provavelmente atingiu o pico de forma na altura errada”, admitiu Vasseur, acrescentando que serão realizados exames médicos para avaliar se há algum problema físico.
Apesar do fraco desempenho, o responsável francês manteve a confiança no plantel: “Temos ciclistas de nível muito elevado, que já brilharam no Tour, e ciclistas que deviam ter feito melhor. Talvez tenham chegado cansados. Em teoria, tínhamos a melhor equipa.”
Nos últimos dias, Oliver Knight venceu a segunda etapa da Volta à Valónia e Jesús Herrada foi segundo em Espanha na Volta a Castilla y Leon, mas Vasseur reconheceu a diferença: “Há um fosso enorme entre o Tour e as outras corridas. Aqui colocámos a equipa mais experiente e não funcionou.”
A última vitória da Cofidis na Volta a França data de 2023, quando Ion Izagirre triunfou na etapa 12. A seca de vitórias e a dificuldade em acompanhar o novo nível competitivo do pelotão obrigam a repensar métodos e preparação.
Vasseur deixou no ar mudanças estruturais: “Temos de analisar como as outras equipas se preparam para o Tour. Há margem para melhorar em nutrição? E em tecnologia, sobretudo na aerodinâmica? O ciclismo está a evoluir e só quem atinge o topo consegue espaço.”
A presença de Tadej Pogacar e da sua UAE Emirates-XRG, imparável nesta edição, tornou qualquer ambição da Cofidis quase utópica: “Quando Pogacar e a sua equipa estão na corrida desde o início, é quase impossível...”