Após seis épocas marcadas por 47 vitórias profissionais,
Olav Kooij despediu-se oficialmente da
Team Visma | Lease a Bike na
Volta à Holanda, prova que simbolicamente encerrou a sua ligação à formação neerlandesa. O sprinter de 24 anos não conseguiu brindar a equipa com uma última vitória, terminando em sexto lugar na etapa final, onde uma fuga tardia, vencida por Danny van Poppel, resistiu ao pelotão.
“Já sabia que provavelmente haveria menos controlo”, explicou Kooij ao
In de Leiderstrui. “Havia menos equipas do World Tour, equipas mais pequenas e poucos sprinters de topo. Começámos com apenas cinco ciclistas, incluindo dois da equipa de desenvolvimento, por isso não era garantido que terminasse ao sprint. Mesmo a ajuda do Christophe [Laporte] não fez muita diferença.”
A Team Visma | Lease a Bike partiu para a última jornada sob pressão, com Laporte a defender a camisola laranja de líder, e com a baixa importante de Bart Lemmen, lesionado num pulso. “A geral tinha naturalmente prioridade, e isso limitou as minhas oportunidades”, reconheceu o neerlandês. “Custou muita energia e, no fim, também a hipótese de um sprint em pelotão compacto.”
Uma corrida em crescimento, mas com margem para melhorias
Apesar de sair sem vitórias, Kooij elogiou o regresso da Volta à Holanda ao calendário internacional. “Estou muito contente por a corrida estar de volta. É impressionante o que conseguiram construir, embora ainda haja aspetos que podem ser melhorados”, comentou.
Entre as suas críticas, destacou questões de segurança e desenho do percurso. “Na minha opinião, aquela secção de gravilha não era necessária. Não se deve procurar esse tipo de perigo”, disse sobre o troço inicialmente previsto para a última etapa, posteriormente removido pela organização. “E para o próximo ano, seria ótimo se corrêssemos com escolta policial. Na sexta-feira, em Limburgo, pensávamos mais na segurança do que na corrida. Mas os últimos dois dias foram bons, por isso é claramente possível melhorar.”
Um capítulo encerrado com orgulho
A Volta à Holanda representou o ponto final de um ciclo importante para Kooij. “Sabia-se que ia chegar, mas é sempre o fim de um capítulo”, admitiu. “Não planeamos uma festa de despedida, estamos todos felizes por ir para casa e descansar um pouco.”
O neerlandês recordou com carinho o percurso que o levou de promessa a referência. “Criei muitas memórias e amizades fantásticas. Comecei como jovem ciclista na equipa de desenvolvimento, depois vieram a primeira vitória, a primeira profissional, a primeira no World Tour e, finalmente, uma vitória numa Grande Volta. Se tivesse de escolher um ponto alto, seria a primeira vitória no Giro.”
Novo desafio com a Decathlon CMA CGM
A partir de 1 de janeiro de 2026, Kooij passará a representar a Decathlon CMA CGM, antiga
Decathlon AG2R La Mondiale Team. O sprinter vê na nova estrutura uma oportunidade para continuar a evoluir entre os melhores. “Quando o contrato se aproxima do fim, começam as conversações. O programa era importante para mim, queria uma equipa com foco nos sprints. O apoio e o equipamento também foram fatores decisivos.”
A Decathlon está a reforçar-se fortemente para a nova época, com a entrada de nomes como Tiesj Benoot, Tobias Lund Andresen, Matthew Riccitello, Daan Hoole e Gregor Mühlberger. A equipa contará com 28 ciclistas sob contrato e ainda tem espaço para mais duas contratações antes do arranque da temporada. O adeus de Kooij à Visma | Lease a Bike marca o fim de uma era e o início de uma nova ambição: confirmar-se como um dos sprinters mais completos e consistentes do pelotão internacional, agora com as cores da Decathlon CMA CGM.