"Quero preparar-me da melhor forma possível" - Richard Carapaz não vai disputar a Vuelta e concentra-se no Campeonato do Mundo do Ruanda

A temporada de Richard Carapaz tem sido marcada por contrastes e hoje ficou confirmado que o equatoriano não alinhará na Volta a Espanha, como estava inicialmente previsto. Aos 32 anos, o campeão olímpico opta por canalizar a sua preparação para o Campeonato do Mundo no Ruanda e para as clássicas italianas de outono, deixando de lado a última Grande Volta do ano.

Diferente do que sucedeu na Volta a França, onde acabou por abandonar devido a doença, desta vez a ausência é uma decisão estratégica. Carapaz quer chegar ao Mundial e ao Il Lombardia na melhor condição possível.

Após uma primavera discreta, Carapaz elevou o nível na Volta a Itália, onde venceu uma etapa, endureceu a corrida na última semana e terminou em 3º lugar em Roma, apenas atrás de Isaac Del Toro e de um ataque decisivo de Simon Yates e da Visma na etapa rainha em Sestrière. Foi a sua última aparição competitiva, já lá vão mais de três meses.

O plano passava por disputar a Volta a França, com ambições em vitórias de etapa e na camisola da montanha, tal como havia feito em 2024. Contudo, problemas gastrointestinais e febre, que obrigaram ao recurso a antibióticos poucos dias antes da Grande Partida, comprometeram qualquer hipótese de estar competitivo. A partir daí, o foco virou-se para a Volta a Espanha, um objetivo entretanto substituído.

"Agora, os próximos objectivos que estabelecemos são as clássicas italianas, especialmente Il Lombardia, e também o Campeonato do Mundo no Ruanda", anunciou a equipa EF Education - EasyPost. "É um Campeonato do Mundo muito especial para mim, onde tenho uma grande oportunidade, e quero preparar-me para ele da melhor forma possível."

O perfil do percurso no Ruanda pode favorecer o equatoriano: combina subidas curtas e explosivas com altitude elevada e temperaturas quentes, condições às quais está habituado e onde poderá ter vantagem face a rivais europeus.

Além do Mundial, as clássicas italianas de outono apresentam-se como alvos de grande prestígio. Com a forma exibida no Giro e sem a exigência de três semanas de competição, Carapaz aposta em encerrar a época de forma seletiva mas ambiciosa.

Para o líder da EF Education - EasyPost, esta decisão reflete uma gestão calculada do calendário: evitar uma Vuelta onde seria difícil melhorar o 2º lugar obtido no passado, e focar-se em corridas de um dia que podem projetar ainda mais a sua temporada.