Rafael Reis, o papa-prólogos da Volta a Portugal, soma 7, 5 deles consecutivos: "Não tem um segredo, é algo que nasceu em mim"

Rafael Reis voltou a confirmar a sua supremacia nos prólogos da Volta a Portugal, ao vencer esta sexta-feira na Maia a primeira etapa da 86ª edição da prova rainha do ciclismo nacional. O corredor da Anicolor-Tien21 cumpriu os 4,8 quilómetros em 5m37s, superando por três segundos Iúri Leitão e conquistando a sétima camisola amarela da carreira, quinta consecutiva, naquela que foi a décima vitória na Volta e a 32ª da carreira.

"Vencer prólogos não tem um segredo, é algo que nasceu em mim. Comecei a ganhar logo como juvenil", afirmou o ciclista natural de Palmela, na flash interview após a corrida, visivelmente satisfeito com mais um feito alcançado na competição onde tem deixado uma marca pessoal indelével ao longo dos últimos anos.

Com 33 anos, Rafael Reis assume-se cada vez mais como o especialista nacional de referência neste tipo de esforço individual curto e explosivo. O domínio no arranque da Volta volta a colocar o nome do sadino em destaque, e o próprio fez questão de valorizar o momento: "Estou bastante orgulhoso, consegui mais uma vitória. É a minha quinta consecutiva e a sétima na Volta a Portugal desde que sou profissional. Será a minha sétima camisola amarela à partida e vou começar as etapas em linha como gosto".

O segundo lugar no prólogo ficou para Iúri Leitão, campeão olímpico de pista, que voltou a demonstrar que está em grande forma. O ciclista da Caja Rural - Seguros RGA ficou apenas a três segundos do tempo de Rafael Reis, mas o resultado, embora impressionante, não apanhou o vencedor de surpresa.

"O Iúri dizia que ia para o top 10, mas eu sabia que era mais do que isso. Tinha em mente que ele vinha para disputar a vitória. Já tinha ganho um prólogo na Volta à Grécia e neste tipo de esforço, de cerca de quatro minutos, muita gente se pode intrometer. Gosto de um prólogo mais comprido, que tenha uns dez minutos", explicou Rafael Reis, reconhecendo o potencial do rival e sublinhando as diferenças entre os perfis de etapa.

Apesar da alegria pelo triunfo, Rafael Reis sabe que a camisola amarela pode mudar de dono já esta quinta-feira, na chegada ao Sameiro, em Braga, onde a primeira etapa em linha promete movimentações na luta pela geral. O ciclista da Anicolor - Tien21 assume essa possibilidade com naturalidade.

"No final da primeira etapa, no Sameiro de Braga, devo perder a liderança, mas estou preparado para isso. Estou bastante bem este ano. Fizemos um trabalho melhor na montanha, para tentar ajudar os meus colegas um bocadinho mais. Sei que manter a amarela vai ser difícil, mas vou dar o meu melhor pela equipa", afirmou.

Rafael Reis não esconde a ambição de continuar a ser uma peça-chave dentro da formação de Rúben Pereira, mesmo que o foco vá passar a ser o apoio aos colegas mais bem posicionados para a geral entre eles, Artem Nych, atual quinto classificado e atual campeão em título.

Questionado sobre a possibilidade de ceder a camisola amarela a Nych, Rafael Reis mostrou-se disponível e solidário com o colega russo, com quem partilha não só a estrada, mas também uma relação de amizade e respeito mútuo.

"Não me importaria nadinha! O Artem merece, é um lutador, um grande amigo que tenho aqui na equipa. Também sou um pilar para ele, que tem uma história bonita e difícil. É realmente um guerreiro e merece que todos estejamos com ele", declarou o líder da Volta.

Crédito da foto: Podium events