Remco Evenepoel parte este domingo em busca da sua terceira vitória na
Liege-Bastogne-Liege, determinado a manter o registo perfeito no Monumento das Ardenas. Apesar de somar apenas três dias de competição em 2025, o líder da
Soudal - Quick-Step chega à partida com confiança renovada e ambição clara de discutir a vitória frente ao campeão do mundo,
Tadej Pogacar.
"Fiquei surpreendido com os números que tenho apresentado e com o nível que atingi nas últimas corridas", confessou o campeão olímpico, em entrevista ao Het Nieuwsblad. Depois de uma paragem prolongada devido a uma queda nos treinos, em dezembro, Evenepoel regressou à competição com um triunfo autoritário na
Brabantse Pijl, seguido de um pódio na
Amstel Gold Race. “Há dois meses, era impossível prever como me sentiria agora - mas estou claramente acima do que esperava. Não contava com este nível".
O 9.º lugar obtido na La Flèche Wallonne foi um contratempo inesperado, mas Evenepoel relativiza o resultado. “Na verdade, foi o dia em que me senti melhor das três corridas. Mas o frio afetou-me bastante. Deu-me uma sensação enganadora. No entanto, a forma como o meu corpo respondeu dá-me ainda mais confiança para domingo".
Sempre que participou na Liege, Evenepoel conquistou a vitória, o que ocorreu em 2022 e 2023, mas rejeita qualquer pressão adicional: "É mais fácil perder um registo de 100% do que mantê-lo. O facto de ter ganho sempre aqui não muda a minha abordagem. A motivação é a mesma".
Apesar de Pogacar ser apontado como o seu principal rival, o belga recusa centrar-se apenas no esloveno. “Toda a gente falava de mim e do Tadej na Amstel, e quem venceu foi o Skjelmose. Pode perfeitamente acontecer o mesmo na Liege".
Para Evenepoel, o terreno das Ardenas é quase um segundo lar. “Tenho treinado aqui desde os 17 anos. Conheço cada curva, cada subida, cada descida. Posso fazer o final de olhos fechados”, diz, referindo-se ao seu conhecimento profundo do percurso. “A La Redoute é uma subida em que tudo se decide em quatro minutos. Se estiveres forte, é um esforço brutal mas gerível; se estiveres mal, parece que dura uma eternidade. E com o percurso renovado, quem perder ali dificilmente volta".
O embate entre os dois fenómenos poderá repetir-se em julho, na Volta a França. Para já, Evenepoel foca-se em evoluir. “Ainda não estou no meu melhor, mas este regresso foi melhor do que no Dauphiné no ano passado. Se continuar a crescer assim, faz sentido que chegue ao Tour mais forte".