A acreditar nos rumores, várias equipas de topo da modalidade, entre as quais a
Jumbo-Visma e os
INEOS Grenadiers, estão a tentar mudar o desporto do ciclismo, criando uma nova "SuperLiga".
Na sua análise para o Sporza, Renaat Schotte compreende porque é que algumas equipas sentem a necessidade de mudar. "Atualmente, as corridas são algo do século passado", explica Schotte. "Algo tem de acontecer se o ciclismo quiser continuar a ter uma dimensão a nível mundial. O ciclismo não pode continuar a deslocar-se ou mesmo a descer."
Richard Plugge, da Jumbo-Visma, explicou recentemente a necessidade de mudança, dizendo: "O ciclismo é um gigante adormecido. O desporto merece um modelo de negócio moderno, especialmente para as equipas", e isto é algo com que Schotte concorda, pois cita o interesse cada vez menor em algumas das nações históricas do ciclismo.
"Em Itália, o ciclismo era o desporto número 2, a seguir ao futebol. Já não é o caso", diz. "Penso que é indicativo da situação em que o ciclismo se encontra. E é uma grande pena, porque o ciclismo continua a ser um desporto fantástico."
A dependência de financiadores bilionários não é sustentável, segundo o analista do Sporza. "Todos e cada um deles são desportistas ou entusiastas do ciclismo, dos quais a corrida depende atualmente. Mas também são homens de negócios", adverte Schotte. "Também querem um retorno do investimento a longo prazo. É por isso que Zdenek Bakala (Soudal - Quick-Step) está a considerar vender as suas acções".
"É preciso fazer alguma coisa, porque os empresários não são uma garantia a longo prazo para o ciclismo", conclui. "Um dia chegará o dia em que todas as partes serão obrigadas a trabalhar em conjunto."