Já se antecipava que a primeira semana da
Volta a França fosse marcada pela tensão e por quedas com impacto direto na corrida, algo que vários ciclistas sentiram na pele. É uma realidade dura do ciclismo profissional, mas a forma como essas imagens foram usadas como promoção da prova e da série da Netflix motivou críticas contundentes de
Richard Plugge, CEO da
Team Visma | Lease a Bike.
"Não se celebra o ciclismo mostrando as quedas. Celebra-se o ciclismo mostrando o sprint entre as grandes armas no Mur de Bretagne e outros sprints, não os acidentes", afirmou Plugge numa conversa com vários meios,
entre os quais o Cyclingnews. "Já disse isso à ASO, mas eles incluem imagens de quedas nos seus vídeos promocionais da Volta a França".
O trailer da série da Netflix recorre a essas imagens, explorando o seu valor emocional e impacto visual. No entanto, para muitos, incluindo Plugge, esta abordagem é de gosto duvidoso. O responsável da Visma tem-se destacado pelo trabalho em torno da segurança no ciclismo e da forma como ela pode ser reforçada.
"Se eu fosse um organizador, teria vergonha de ter quedas na minha corrida, quase os esconderia. Devíamos ter vergonha de mostrar as quedas ao mundo, porque não é bom".
A discussão em torno da segurança no ciclismo tem ganho espaço entre dirigentes, organizadores, atletas e adeptos, mas o consenso continua distante. Plugge sublinha que não há uma solução única e defende uma combinação de medidas. Algumas estão em curso, outras têm gerado reações divididas. Um dos exemplos que destaca é o teste de uma nova limitação de equipamento previsto para a
Volta a Guangxi no final da temporada.
"Vamos olhar primeiro para o que é mais fácil e não nos deixemos distrair por pessoas que falam de relações de transmissão. Os organizadores deveriam fazer um trabalho melhor, não colocando lombas 150 metros antes da meta, por exemplo", atirou, deixando críticas diretas às condições oferecidas por algumas provas.