O português Rui Costa está a participar na Volta a França com as cores da EF Education- Easypost e tem estado até ao momento fora dos grandes holofotes da corrida. Viu-se o poveiro a entrar em algumas fugas, sempre sem exito porque a UAE e a Visma decidiam meter ritmos elevados no pelotão, o que gorava as pretensões dos fugitivos e como tal também as do homem da equipa americana.
Numa entrevista à Relevo Rui Costa disse " Não me basta estar numa fuga, ou ser segundo ou terceiro. Eu corro para ganhar. Sim, e é verdade que sou muito frio nas fugas" afirma. Esta frieza levou a que o ciclista português ganhasse má fama no pelotão, o que levava a que ninguém quisesse entrar em fugas com ele e que confere alguns dos apelidos mais duros do ciclismo, desde "chupa rodas" a "velha raposa".
Questionado sobre até que ponto essas alcunhas o afectavam a ele e à sua forma de correr, Rui Costa comenta "Nos meus primeiros anos, eu entrava nas fugas e andava no elástico. Depois entrei no ritmo, comecei a puxar. Mas se vemos que não estamos a ir bem, é normal pouparmos as forças e se, na parte final, eu tivesse pernas para lutar, lutava."
"Eu joguei o meu jogo, os outros não eram obrigados a jogá-lo. Se não quisessem puxar, não puxavam. A corrida é feita por quem quer e já aconteceu antes, se alguém não quer puxar, não puxa e não chega lá".
Agora com 38 anos, Rui Costa está mais maduro e tem uma mentalidade diferente quando entra numa fuga " É verdade que nos ultimos anos alguma coisa mudou. Entro numa fuga e tenho consciência de que tenho que trabalhar como toda a gente, porque senão não vale a pena." Rui Costa terminou este tema, rematando, " As pessoas olham para nós e dizem ' entras na fuga e não trabalhas?'. E a sensação com que fico é que não estou a ser honesto com o grupo".