Rui Costa foi um dos animadores da última etapa da
Volta a Espanha 2023, integrando a sensacional fuga em Madrid e recorda " Foi um grande espetáculo porque fugiu ao habitual, a última etapa decide-se sempre ao sprint. Sabia que era difícil ganhar, só arrancando de longe, mas queria o melhor resultado possível."
No entanto foi à 15ª etapa que o Luso passou em primeiro lugar a meta e levantou os braços bem alto, acabando com 10 anos sem ganhar em Grandes Voltas. Na 1ª pessoa ele explica o antes, o durante e o depois da etapa, numa entrevista ao jornal desportivo Português "O Jogo".
" O Remco tinha perdido a possibilidade de lutar pela vitória à GC, após um dia menos bom. Parecia ter baixado os braços. Mas reergueu-se. Ele é um corredor forte, super explosivo e era o dorsal 1, tinha ganho a Vuelta do ano anterior. Comentei com colegas de equipa no dia anterior que achava-o um corredor para Clássicas e provas de uma semana. Será díficil fazer frente a Vingegaard, Roglic ou Pogacar. Não me vou identificar como igual, pois não sou como ele, mas vivi o que ele está a tentar fazer, tentar mudar o que é geneticamente. Eu era um excelente corredor de uma semana ou de um dia, e quis aplicar tudo nas Grandes Voltas. Foi muito díficil."
Rui Costa admite admiração pelo corredor Belga " Foi várias vezes meu companheiro de fuga. Temos alguma amizade, trocamos mensagens. Cheguei a dizer-lhe: " eu tenho esta, aquela e a outra etapas marcadas. Tu devias optar pelas mais duras, que nessas ninguém te dá luta"... "Disse-lhe para esquecer a 15ª e ele tentou na mesma e não ganhou." finaliza Rui Costa, rindo-se. Remco foi dos primeiros a cortar a meta a dar os parabéns a Rui Costa, numa imagem bem ilustrativa da amizade e cumplicidade entre ambos.