Rui Oliveira arranca este sábado para a sua segunda
Volta a Itália e quinta Grande Volta. O gaiense de 27 anos ruma ao Giro com duas missões: a de ajudar
Juan Sebastián Molano a conquistar uma etapa e
Tadej Pogacar a vencer a classificação geral.
"Antes de irmos ao sprint, se calhar todas as etapas vamos ter de salvaguardar o Tadej. Esse é o principal objetivo e estamos todos cientes disso. Se calhar, vai haver dias em que vai ser difícil até ir ao sprint ajudar o Molano, porque vou ter que desempenhar outros papéis. Lá está, ele [Pogacar] é o número um, sabemos que pode ganhar o Giro, e esse é o grande objetivo", disse Rui, em declarações à Agência Lusa.
Rui Oliveira descarta que a corrida tenha menos valor devido à ausência de nomes como Primoz Roglic, Jonas Vingegaard e Remco Evenepoel, destacando nomes como Geraint Thomas e Ben O'Connor para assinalar que a vitória final de Pogacar não está garantida. Descarta também objetivos individuais para este Giro.
"Se o Molano ganhar, para mim o meu objetivo vai estar cumprido – o meu objetivo pela equipa. Eles não esperam que eu dê vitórias neste Giro, mas nunca se sabe o que pode acontecer, é uma corrida muito caótica. Obviamente, se houver algum dia em que possa estar bem e que a equipa tenha confiança, sem perder o foco no objetivo do Tadej e do Molano, por que não tentar? Mas isso vai depender muito das minhas pernas, do meu ritmo competitivo"
Recentemente, Oliveira treinou durante quase três semanas com Molano na Colômbia com vista a preparar os sprints da "corsa rosa"
"Foi importante, porque conseguimos trabalhar aspetos técnicos, de sprint e de lançamentos, que só estando juntos é que se conseguem afinar, e estamos mesmo muito confiantes para o que aí vem. Acho que vai ser um bom Giro para nós"
Esta é a primeira corrida de Rui Oliveira desde a queda na Omloop Het Nieuwsblad, na qual fraturou o rádio esquerdo, falhando toda a época de clássicas da primavera.
"Trabalhei muito desde a minha queda - se calhar como nunca antes trabalhei - para chegar mesmo em grande forma. Vindo da Colômbia, nestes primeiros dias, estou-me a sentir mesmo muito bem em cima da bicicleta. Prevejo coisas boas, mas só a estrada e os quilómetros dirão o que se pode passa."
Rui Oliveira será o único português na Volta a Itália, uma sensação que admite ser-lhe estranha.
"Claro que gostava de ter aqui todos os portugueses que correm cá fora e podem fazer as grandes Voltas, mas [eles] têm outros objetivos, e bem. É sempre uma pena, porque uma pessoa, quando tem dias mais tranquilos, gosta de falar com os portugueses – eu, particularmente, gosto de saber como estão e como vai tudo. Vai ser uma falta no pelotão ouvir falar português"
Para além de Rui Oliveira e Juan Sabastián Molano, Tadej Pogacar vai contar com
Rafal Majka, Felix Grosschartner,
Mikkel Bjerg,
Domen Novak e Vegarde Stake Laengen.