Salvatore Puccio faz uma reflexão sobre os seus 14 anos ao serviço da Sky/INEOS: "Durante anos os outros andaram atrás de nós, agora há outras equipas no topo"

Poucos ciclistas no pelotão moderno têm sido tão leais e tem mantido uma ligação tão longa com uma equipa, como o experiente ciclista italiano Salvatore Puccio tem sido para a Team Sky / INEOS Grenadiers, ao longo das suas últimas 14 épocas ao serviço da equipa britânica.

"Nos últimos dois anos, baixámos de nível, é inegável", admite Puccio em conversa com a Bici Pro antes de começar a sua 15ª época na equipa em 2025. Apesar das dificuldades recentes, Puccio também está optimista para o próximo ano. "Este inverno mudaram-se coisas: novos treinadores, novas colaborações, o inicio da Equipa de Desenvolvimento. Para mim,estes são sinais encorajadores".

"É verdade que após muitos anos de sucesso, demos por nós a fazer as mesmas coisas. Era necessário mudar, porque é estimulante. Não quero culpar ninguém, mas agora vamos ver como correrão as coisas. O importante é acreditar no que se faz e isso dá-nos motivação", continua Puccio. "Em 12-13 anos ganhámos em todo o lado. É normal que haja declínios, como acontece no futebol ou na Fórmula 1. Durante anos os outros andaram atrás de nós, agora há outras equipas no topo. Mas veremos quanto tempo vão durar".

Em termos de objectivos pessoais para a próxima época, o italiano tem como meta uma 11ª participação no Giro. "Já tenho uma ideia do que irei fazer, embora com o provável cancelamento da Valenciana (devido às recentes inundações, ed.) possa haver algumas alterações na primeira parte da época. Devo correr em Espanha e depois em França. Veremos... O principal objetivo do ano é a Volta a Itália", explica. "Gostaria de chegar lá em boa forma, porque nesta equipa ter experiência não é o suficiente para se garantir um lugar."

A caminho do último ano do seu contrato com a INEOS Grenadiers, o ciclista de 35 anos também já tem os olhos postos no final da sua carreira. "Vamos ver como corre esta época. Durante a primeira parte da próxima época já dará para perceber muita coisa: as minhas pernas, a minha moral, a minha vontade. Se correr bem, poderei continuar. Não quero andar a arrastar-me na bicicleta. Sempre tive um papel específico ao serviço de capitães importantes e sempre tentei estar no topo. É por isso que quero ser competitivo e esse é o meu principal objetivo para o próximo ano."