Sara Casasola: "Não se pode estar em todo o lado, senão fazem-se dois anos fortes na estrada e no cross e no terceiro desaparece-se"

Ciclismo
sexta-feira, 15 novembro 2024 a 3:00
Panorama WKU232018

O ciclocrosse feminino continua a ser quase exclusivamente holandês, com Fem van Empel, Lucinda Brand e Ceylin Alvarado no centro de toda a ação no terreno. Atrás delas, talvez um pouco surpreendentemente, uma guerreira italiana solitária, Sara Casasola, dá uma grande luta com a sua camisola de campeã nacional. No passado, ela costumava ter muitas irmãs de armas, mas a maioria das ciclistas italianas de ciclocrosse já mudou para a estrada.

"Tenho a sorte de ter encontrado uma que me deixa fazer as duas disciplinas, por isso obviamente tenho mais liberdade", diz Casasola numa entrevista à Bici.pro. "Na Lidl-Trek (Realini, ed.) há quem continue a fazer cross, mas aí talvez caiba ao atleta decidir onde é melhor. Ela teve algumas épocas verdadeiramente impressionantes na estrada e penso que a esses níveis fazer também cross seria uma limitação. Ela tem sido forte nas clássicas, tem sido forte nas Grandes Voltas, tem sido forte no final da época, por isso não se pode esperar outra coisa."

"Enquanto no caso da Silvia (Persico, ed.), a decisão foi provavelmente ditada pela equipa e também pelos resultados que obteve na estrada. Estamos a falar de atletas que obtiveram resultados ao nível do World Tour. No meu caso, a equipa aposta muito no cross, estando no grupo das melhores equipas. No entanto, também me deixam fazer uma boa atividade na estrada e essa é uma das razões que me levou a vir para cá".

"A estrada é boa e também é bom fazê-la a um nível elevado, talvez não durante toda a época. Não é fácil conciliar as duas e pode acontecer que a atleta seja obrigada a fazer escolhas, como aconteceu com a Gaia e a Sílvia. Não se pode estar em todo o lado, senão fazem-se dois anos fortes na estrada e no cross e no terceiro desaparece-se".

"Infelizmente com o nível que existe atualmente, passa-se todo o inverno, todo o verão e já não se tem um período de descanso: as atletas que preferem uma disciplina à outra não são culpados. Cada uma tem a sua própria dinâmica, cada uma conhece as suas caraterísticas e sabe onde pode andar melhor. Dito isto, é mau ver parar atletas que eram fortes no cross".

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