Óscar Pereiro enaltece que "desde os anos 90, a rivalidade entre Pogacar e Van der Poel é a melhor que já vi", mas alerta para o facto de "muitos ciclistas ficarem fora da luta antes da corrida começar"

Ciclismo
sábado, 19 abril 2025 a 15:30
tadejpogacar mathieuvanderpoel
Mathieu van der Poel e Tadej Pogacar protagonizaram os três primeiros Monumentos da temporada de 2025, oferecendo aos adeptos do ciclismo alguns dos momentos mais emocionantes do ano. Apesar da rivalidade entre os dois supercampeões ser fascinante de seguir, há quem veja riscos na hegemonia que exercem sobre o pelotão.
"Nunca vi Eddy Merckx correr, nem acompanhei as clássicas da era De Vlaeminck, mas, desde os anos 90, esta rivalidade entre Pogacar e Van der Poel é a melhor que já vi", afirmou Óscar Pereiro, vencedor da Volta a França em 2006, em declarações à agência EFE. “Eles estão num patamar muito acima dos restantes. Só Mads Pedersen conseguiu resistir na Paris-Roubaix, mas teve o azar de furar".
Embora reconheça a qualidade e o impacto positivo que os duelos entre Van der Poel e Pogacar têm tido na modalidade, Pereiro também alerta para os efeitos colaterais. “É fantástico vê-los a disputar entre si a vitória, mas a verdade é que muitos ciclistas ficam fora da luta antes da corrida começar. Em condições normais, ninguém consegue batê-los neste momento”, explicou. “A desvantagem é que o resultado parece muitas vezes predeterminado - e isso tira alguma emoção às corridas. Pessoalmente, gosto de provas mais abertas. Dito isto, mesmo com furos, quedas e contratempos, o último duelo foi um verdadeiro espetáculo".
O espanhol, hoje com 47 anos, admite que o impacto mediático está garantido. “Não sei quais foram as audiências, mas devem ter sido altíssimas. Ainda assim, prefiro quando uma corrida é imprevisível - quando realmente não se sabe o que vai acontecer. Hoje, com o poder das equipas e com estes dois líderes, tudo parece muito mais controlado".
Van der Poel e Pogacar têm sido as forças dominantes dos Monumentos nos últimos anos
Van der Poel e Pogacar têm sido as forças dominantes dos Monumentos nos últimos anos
Para Pereiro, a questão que se impõe é: como contrariar esta dupla? “É fácil falar do sofá e sugerir táticas. Mas a realidade é outra: quando o melhor ciclista tem também a melhor equipa e companheiros fortíssimos, é quase impossível inverter o rumo da corrida. Falei com vários ciclistas do pelotão e o que me dizem é que gostavam de atacar - mas simplesmente não conseguem. O ritmo é tão alto que não há espaço para respirar, muito menos para lançar ataques".
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