"Se não passas para o WorldTour saindo de júnior, algumas pensam ‘acabou!" Jovem estrela da Movistar pede aos agentes do ciclismo feminino que não deixem cair ciclistas

Ciclismo
sexta-feira, 14 novembro 2025 a 22:00
catferguson
O ciclismo feminino é uma disciplina que, felizmente, ganha cada vez mais relevância global. A época de estrada passada foi um sucesso. A Volta a França Feminina teve ampla audiência em todo o mundo, graças à vitória de Pauline Ferrand-Prévot sobre Demi Vollering. Isto pode incentivar mais jovens a abraçar a modalidade, mas subsistem problemas, alerta Cat Ferguson.
A jovem estrela da Movistar Team surgiu recentemente no The Domestique Hotseat, onde aproveitou para deixar um aviso. Na sua opinião, é preciso capitalizar o boom do ciclismo feminino e fazê-lo com mais investimento, porque atualmente falta dinheiro nas estruturas de formação.
"Neste momento não há dinheiro suficiente para criar uma boa estrutura de sub-23 no ciclismo feminino", disse Ferguson. "Acho que agora há quase uma obsessão com as juniores e, se não passas para o WorldTour saindo de júnior, algumas pensam ‘pronto, acabou, nunca vou ser profissional ou algo do género’".
"É terrível que pensem assim, porque tens 18 anos quando sais das juniores e, claro, não acabou. Mas não há verdadeiros degraus ou exemplos de raparigas que tenham ido para uma boa equipa sub-23, feito muitas corridas sub-23 e não sejam simplesmente atiradas para uma corrida do WorldTour numa equipa sub-23", acrescentou.
"É crucial para a continuidade da nova geração na modalidade e, além disso, permitiria aumentar também a nossa base de participação", afirmou. "Acho crucial que este seja o próximo ponto em que temos de trabalhar e, idealmente, que muitas equipas, as equipas WorldTour, possam fazer essa mudança. Julgo que é daí que tem de vir".
Cat Ferguson é uma das estrelas do ciclismo feminino aos 19 anos
Cat Ferguson é uma das estrelas do ciclismo feminino aos 19 anos
A jovem de 19 anos integra o grupo das que foram lançadas às feras logo na primeira época de estrada, mas, ao contrário de outras que sofreram mais, o talento de Ferguson veio ao de cima já em 2025, com uma vitória de etapa e o 2.º lugar da geral na Volta à Grã-Bretanha em casa, entre outros resultados de relevo.
Mas nem todo o talento está pronto para render logo à saída das juniores e muitas precisam de mais tempo de lapidação. Por isso o patamar sub-23 é tão importante no ciclismo feminino, tal como acontece há décadas no pelotão masculino.

Uma proposta como solução

Exemplo disso, Natascha Knaven den Ouden, fundadora da NXTG Racing, apelou à criação de uma liga europeia de desenvolvimento no ciclismo feminino para combater a situação atual.
"Enquanto não existir um calendário sólido de corridas continentais europeias, o desenvolvimento de talento vai estagnar. Um salário não significa nada se não houver corridas em que participar", escreveu Knaven den Ouden numa publicação no LinkedIn.
"As ciclistas existem. As corridas existem. Os organizadores existem. O que falta é uma estrutura que ligue tudo", resumiu a diretora sobre o principal obstáculo.
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