Para muitos ciclistas do pelotão WorldTour, a época é desenhada em função de um único pico de forma, com vista a brilhar numa corrida específica. Outros ainda tentam atingir dois ou três momentos de excelência física ao longo do ano. No caso de
Tadej Pogacar, essa lógica parece não se aplicar: o esloveno fez uma primavera intensa, venceu o Dauphiné de forma categórica e mantém o foco na
Volta a França, onde
Jonas Vingegaard espera que o cansaço finalmente comece a pesar no seu rival.
No recente Critérium du Dauphiné, Vingegaard até começou por demonstrar sinais positivos. Porém, à medida que o fim de semana decisivo se aproximou, o esloveno puxou dos galões e deixou claro que continua a ser o homem a bater em qualquer corrida que participe. Demonstrando superioridade nas subidas mais exigentes, Pogacar deu um autêntico recital na montanha e venceu a geral com autoridade, lançando um aviso sério à concorrência para o próximo Julho.
Vingegaard e Pogacar no Critérium du Dauphiné 2025
O ciclista dinamarquês da
Team Visma | Lease a Bike opta por manter uma visão positiva sobre o seu desempenho no Dauphiné. Em declarações à TV 2 Sport, Vingegaard afirmou: "Esperava ser capaz de ficar com ele quando realmente importava. Mas também acho que a minha força reside nos dias longos e difíceis, especialmente à medida que a Grande Volta avança."
Essa capacidade de gestão do esforço ao longo das três semanas é precisamente o trunfo em que Vingegaard mais confia. O bicampeão da Volta a França acredita que a fadiga acumulada pode virar o jogo a seu favor. "É nessa altura que toda a gente está desgastada e espero que isso também seja uma vantagem para mim", sublinha, apontando já à terceira semana montanhosa da prova francesa, onde por vezes as coisas se decidem mais pela resistência do que pela explosividade.
No entanto, a consistência de Pogacar nos últimos anos levanta dúvidas sobre a fiabilidade dessa estratégia. Na verdade, como o próprio Vingegaard reconhece, essa esperança pode ser mais um desejo do que uma previsão realista. "Sim, claro que espero que ele não melhore e que eu melhore antes da Volta. Mas só o tempo o dirá", conclui.