Tadej Pogacar pode finalmente respirar com algum alívio. Depois de três semanas de exigência máxima, o líder da
UAE Team Emirates - XRG sobreviveu ileso à penúltima etapa da
Volta a França e está a um passo de conquistar o seu quarto título na
Grand Boucle. Embora o risco nunca seja completamente nulo até cruzar a meta nos Campos Elísios, é certo que a organização não permitirá que o azar estrague a consagração dos grandes protagonistas.
E Pogacar parece determinado a não se contentar apenas em cumprir o protocolo. Além de querer selar o triunfo em Paris, o esloveno admite até a possibilidade de lutar pela vitória na etapa final, algo extremamente raro para quem veste a Camisola Amarela. Um feito que, se concretizado, poderá entrar para a história da prova.
A 20.ª etapa começou a ritmo frenético, com constantes ataques a agitarem o início da jornada. A formação da Emirates teve de estar atenta, mas assim que a fuga se estabeleceu e ficou claro que Jonas Vingegaard não faria qualquer movimentação ofensiva, o pelotão abrandou e Pogacar pôde desfrutar de um dia de relativa tranquilidade, algo raro nesta edição da corrida.
Depois de cruzar a meta em Pontarlier, Pogacar foi comedido nas palavras, demonstrando o habitual foco e respeito pela prova.
"Até cruzarmos a meta em Paris tenho de me concentrar com a equipa. Espero que amanhã seja um dia calmo", afirmou o esloveno.
Mas deixou também a porta entreaberta para uma última faísca competitiva.
"Temos uma boa equipa para a última etapa. Não é uma clássica, é um circuito muito curto, mas temos o Nils, o Tim, o Jhonatan e eu próprio. Poderemos tentar algo. Veremos como nos sentimos e como se desenrola a primeira volta ao circuito", referiu.
O circuito final deste ano, em Montmartre, é tudo menos tradicional. Com uma curta mas dura subida empedrada e um perfil explosivo, há espaço para manobras táticas, especialmente para quem tiver liberdade. E mesmo que a lógica aponte para um sprint, a UAE pode muito bem tentar surpreender. Se os gregários tiverem luz verde, poderão atacar de longe, mas nada impede que o próprio Pogacar carimbe a vitória no Tour com uma vitória de etapa simbólica, mostrando que ainda lhe resta ambição mesmo após três semanas intensas.
Vencer em Paris com a Camisola Amarela é um privilégio raro e especial, e Pogacar, que dominou esta edição de forma categórica, poderá tentar um último brilharete para encerrar o seu Tour com chave de ouro. A subida final, combinada com o caos do posicionamento, pode favorecer ataques tardios e tornar difícil qualquer perseguição organizada. A tensão será inevitável, mas a festa também.
Seja qual for o desfecho da etapa, Pogacar está prestes a coroar mais uma exibição memorável. Mas se depender dele, o espectáculo pode ainda não ter terminado.