Tadej Pogacar está ainda mais forte do que na Volta a Itália? "Nunca me senti tão bem na bicicleta"

Tadej Pogacar está a ter uma das suas melhores épocas até agora, mas pode melhorar ainda mais e atingir níveis históricos na Volta a França. O esloveno, de 25 anos de idade, já começou os mind games antes da corrida, afirmando estar na sua melhor forma de sempre.

"Ganhar a Volta a Itália foi uma experiência incrível, que vou guardar para sempre. Significou muito para mim, pois foi a minha primeira vez no Giro. Ganhar da forma que ganhámos foi uma das minhas maiores vitórias até agora", partilhou Pogacar numa entrevista conduzida pela UAE Team Emirates. "Fiquei feliz por poder celebrar com a equipa, que esteve comigo durante as três semanas e os estágios anteriores. Eles significam muito para mim, somos como uma família e foi um momento especial com eles. Gostei muito, foi incrível!"

"Pogi" conta como descansou e aproveitou o tempo após o triunfo na Volta a Itália, no qual venceu com quase 10 minutos de vantagem sobre o concorrente mais próximo, Daniel Martínez. "Depois do Giro, relaxei um pouco e comi bem, mas tinha algumas coisas para fazer em casa, por isso voltei ao Mónaco pouco depois do Giro para me preparar lentamente para o Tour. Na verdade, estava bastante ansioso por voltar à bicicleta quando cheguei a casa. Na primeira semana, fiz alguns dias de pedalada fácil até ao café e de volta a casa. Foi bom. Depois comecei a sentir-me bem rapidamente e fiz um bom treino logo a seguir ao Giro."

A UAE Team Emirates vai entrar no Tour com um alinhamento muito forte, incluindo o primeiro e segundo classificados do Tour de Suisse, Adam Yates e João Almeida, que também vêm em grande forma. Juan Ayuso também está a fazer a sua estreia na Grand Boucle, provavelmente com grandes ambições; enquanto os restantes quatro ciclistas de apoio são todos de grande qualidade para todos os tipos de terreno.

"É muito importante desligar de vez em quando. A recuperação mental é muito importante, tal como a recuperação física. É preciso encontrar o equilíbrio e, por vezes, é preciso estar fora da bicicleta. Gosto de desligar passando tempo em casa com os amigos e também gosto de ir comer um gelado ou um bom jantar. Depois do Giro, vi muitas séries de qualidade, o tempo passou depressa e fiquei revigorado e pronto para me preparar para o Tour."

O início da corrida não será longe da sua casa, no Mónaco, e depois de um longo campo de treinos em Isola 2000 - onde terminará a 19ª etapa - o esloveno sente-se pronto para tentar vencer p Tour mais uma vez. "Estou muito ansioso pelo início do Tour penso que vai ser um início especial para mim porque ganhei o Giro e o Tour começa em Itália, por isso penso que vai ser fantástico! Parece que dei um passo em frente desde o Giro e a minha forma é ainda melhor do que esperava. Fiz um bom treino, testei um pouco as minhas pernas e, para ser sincero, nunca me senti tão bem na bicicleta. Estou ansioso por ver se melhorei nas situações de corrida desde o Giro, mas sinto-me bem, por isso não me posso queixar!"

"O ano passado foi totalmente diferente por causa da lesão. Ninguém se prepara assim para o Tour se não estiver lesionado e muitas coisas à minha volta não correram bem depois da queda na Liège", diz o esloveno sobre 2023. "Vi quem estava lá para me ajudar e quem não estava. Houve alguma desilusão e energia negativa à minha volta, e tudo se acumulou até à Volta a França - eu não estava 100% confiante."

"Ia haver um momento em que tudo se acumulava e eu ia ceder e foi provavelmente o contrarrelógio em Combloux, depois desse contrarrelógio desliguei-me completamente, não havia volta a dar". No dia seguinte, Pogacar estourou completamente no Col de la Loze, perdendo vários minutos para Jonas Vingegaard, o que o afastou da luta pela vitória. "Além disso, depois do Tour tive os campeonatos do mundo, nada me correu bem e passei por um momento difícil. Felizmente, consegui recuperar e terminar bem a época. Este ano também fiz o Giro, por isso, mais uma vez, é uma preparação diferente das edições anteriores Volta a França - é preciso treinar e recuperar, fazer força nos grandes dias de treino e recuperar nos dias fáceis."

"Quer dizer, no Giro funcionou bem, por isso vamos ver. Não posso falar muito sobre isso. Os primeiros dois dias são bastante difíceis, especialmente o segundo dia, com a subida de San Luca", comenta Pogacar. "Penso que vai haver um indicador de quem está onde e, depois destas duas etapas, podemos decidir como abordar os próximos dias".