Tadej Pogacar falou da Flandres e do "bigode voador": "O António Morgado foi uma revelação. Está a tornar-se um grande campeão"

Ciclismo
terça-feira, 08 abril 2025 a 9:32
pogacar

Tadej Pogacar assinou este domingo uma das exibições mais impressionantes da sua carreira ao vencer, pela segunda vez, a Volta à Flandres, isolando-se no topo do Oude Kwaremont e cruzando a meta em Oudenaarde sozinho, perante um pelotão repleto de estrelas como Wout van Aert, Mathieu van der Poel e Mads Pedersen.

Na conferência de imprensa após a prova, o esloveno da UAE Team Emirates – XRG mostrou-se visivelmente emocionado com a conquista.

“É difícil descrever o que esta vitória significa para mim. Toda a semana foi fantástica. E depois, correr no Kwaremont, nas restantes subidas, com aquela multidão... foi realmente incrível”, declarou Pogacar, ainda a digerir o feito.

Apesar do domínio na fase decisiva da corrida, Pogacar garantiu que nada foi fácil. Foram necessárias várias acelerações antes de conseguir deixar para trás os seus principais rivais.

“Tentei endurecer a corrida em todas as subidas. Só na última passagem pelo Oude Kwaremont é que consegui finalmente abrir um espaço. Antes disso, todos estavam muito fortes. Até pensei que me tivesse gasto demasiado na segunda passagem. Mas, ao chegar ao topo e ver que não vinha ninguém, percebi que era a minha oportunidade.”

“O Mathieu estava muito forte. Não tinha a certeza de que conseguiria deixa-lo para trás, especialmente depois de o ver responder aos primeiros ataques. Mas continuei a acreditar e a dar tudo até ao fim.”

"Esta geração é especial"

Pogacar não deixou de elogiar a qualidade do pelotão, reconhecendo que faz parte de uma geração excepcional.

“Estamos numa era fantástica do ciclismo. Os rivais que tenho são grandes campeões e boas pessoas. Correr com eles torna tudo ainda mais especial. Esta vitória deve-se também à presença deles, aos adeptos, e claro, à minha equipa.”

O esloveno revelou ainda uma conversa breve com Van der Poel no início da corrida, quando ambos optaram por seguir numa movimentação que antecipava possíveis cortes.

“Queríamos evitar ficar presos lá atrás. Sabíamos que um grupo pequeno podia escapar e queríamos fazer parte disso. Foi mais uma questão de segurança do que táctica.”

Uma UAE coesa apesar dos contratempos

A vitória foi também uma demonstração de força coletiva da UAE Team Emirates – XRG, que mesmo com baixas importantes conseguiu executar na perfeição o plano traçado.

“Foi uma corrida caótica, com várias quedas. Perdemos o Jhonatan Narváez e o Tim Wellens cedo. O Florian Vermeersch teve de fazer perseguição quase toda a corrida. Mas todos estiveram incríveis. O Mikkel Bjerg foi fenomenal, muitas vezes não se vê o trabalho que ele faz, mas é incrível. E o António Morgado foi uma revelação. Está a tornar-se um grande campeão.”

“Tínhamos um plano: tornar a corrida dura para eu tentar fazer a diferença no Kwaremont. E conseguimos.”

Questionado sobre a reação do pelotão após uma das quedas, Pogacar revelou alguma frustração:

“Gostava que o pelotão tivesse esperado um pouco mais, porque o Tim e o Florian ficaram mesmo muito para trás. Mas todos estavam a lutar pelo posicionamento e a tentar evitar ser apanhados num segundo grupo. São situações típicas deste tipo de corrida.”

De olhos postos na Roubaix

Depois da exibição na Flandres, o próximo objectivo é já conhecido: a estreia na Paris-Roubaix, que se realiza no próximo domingo.

“Claro que estou entusiasmado. É uma corrida totalmente diferente da Flandres, mas esta vitória dá-me confiança. Estou em boa forma e temos uma equipa com dois ciclistas que já foram segundos em Roubaix. Vai ser a minha primeira vez, mas com este grupo, acredito que podemos fazer uma grande corrida. Estou ansioso por isso!”

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