Aos olhos da maioria dos especialistas, dos adeptos e até dos colegas de profissão,
Tadej Pogacar é o claro favorito para
Volta a Itália de 2024. No entanto, em vez de sentir o peso da pressão, o esloveno mostra-se tranquilo e habituado ao peso que lhe põe nos ombros antes de uma corrida.
"Acho que onde quer que vá sou considerado o favorito. Já aprendi a viver com isso e a correr com isso em mente", disse o líder da
UAE Team Emirates na conferência de imprensa antes da corrida. "Preparamo-nos com a equipa pensando que todos vão correr contra nós e vai ser assim também no Giro. Sabemos que temos de controlar praticamente todos os dias, especialmente nos primeiros dias, quando todos estarão à espera das nossas movimentações. Mas quando a equipa é tão forte, a pressão é muito grande. Sabemos que temos de controlar, sabemos que todos estão de olhos postos em nós, mas temos de fazer a nossa corrida, seguir o nosso plano, calculando que, em qualquer caso, temos de tentar manter o máximo de energia possível para o final, sem ficarmos completamente vazios."
No que diz respeito aos seus potenciais adversários, Pogacar não quer apontar ninguém em particular como o seu maior rival. "Em três semanas pode haver muitas surpresas", antevê. "Há muitos ciclistas jovens que são bastante fortes à partida, mas, para além dos jovens, Romain Bardet mostrou que está em grande forma e penso que o Geraint Thomas irá estar mais forte do que nunca. Ele fez uma boa preparação e vai estar bem. Penso que vai estar presente nas subidas e nos contra-relógios. No entanto, penso que no segundo dia vamos perceber isso muito melhor".
Apesar de algumas preocupações quanto ao facto de a UAE Team Emirates mandar uma equipa B a Itália para estar ao lado de Pogacar, o esloveno tem plena confiança nos seus companheiros. "Tenho grande confiança no Rafal Majka e no Felix Grossschartner, mas também no Domen Novak e no Mikel Bjerg, que podem fazer um ótimo trabalho nas subidas. Também temos com Vegard Stake Laengen um homem muito bom para o comboio nas etapas planas, para que os outros possam descansar", responde. "Estou muito confiante nesta equipa, com Juan Sebastian Molano e Rui Oliveira também capazes de nos ajudar."
No entanto, o facto de toda a conversa estar em torno de Pogacar antes da primeira Grande Volta do ano não é algo que entusiasme muito o jovem de 25 anos. "Não é algo simpático nem respeitador para com os outros ciclistas", diz ele. "Não sou só eu e a UAE, não somos só nós."
"Quando se chega às montanhas, a diferença é mínima. Todos nós queremos ganhar e penso que as outras equipas também podem ganhar", conclui Pogacar. "Ganhei muitas vezes e talvez a culpa também seja um pouco minha, mas não corri como os outros, fazendo corridas de preparação. Só fiz as corridas que eram o meu objetivo no calendário."